A profissional da Unidade de Vigilância em Zoonoses (UVZ) responsável pela morte do cachorro Apolo, da raça Weimaraner, foi afastada temporariamente das funções. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (23) pela Secretaria de Saúde de Maceió, que abriu sindicância para apurar o caso.
Ronaldo Júnior, tutor do Apolo, denunciou o caso no fim de semana. Ele contou que o cão fugiu de casa pelo portão na última sexta (17) e que foi recolhido pela UVZ no mesmo dia. Ele soube no dia seguinte, após horas de buscas. No sábado, ele foi à UVZ resgatar o cão, mas ao chegar lá, foi informado da morte induzida.
Inicialmente, a UVZ informou que adotou a medida após avaliação clínica, porque o animal encontrava-se desidratado e sem conseguir se levantar, além de apresentar várias lesões pelo corpo e estar em situação de sofrimento. Contudo, Ronaldo nega que o cão estivesse debilitado.
Mesmo que o cão estivesse doente, de acordo com a comissão de Bem-Estar Animal da Ordem dos Advogados do Brasil seccional Alagoas (OAB-AL), o procedimento só poderia ter sido feito três dias após o recolhimento do animal, não em menos de 24 horas, como aconteceu nesse caso.
Nesta quinta, a comissão da OAB enviou um ofício ao Ministério Público Estadual (MP-AL) solicitando a abertura de um procedimento para apurar o caso. De acordo com a Ordem, em Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2013 com a Prefeitura de Maceió ficou definida a proibição de realização de sacrifício de animais sadios.
Corpo de animal entregue ao tutor dentro de saco de ração
O drama vivido pelo tutor do cachorro Apolo ganhou um novo capítulo nesta quarta (22), quando ele foi retirar o corpo com uma ordem judicial. Ele conta que funcionários da UVZ tentaram dificultar a liberação e o corpo do animal foi entregue dentro de um saco de ração.
“Foi um pesadelo vivido. Nunca imaginei ver o meu filho em uma situação como aquela, entregue morto dentro de um saco de ração, em cima de um carrinho de mão”, disse Ronaldo Júnior.
Ronaldo conta que a liminar ordenando a retirada do corpo saiu na quarta (22). Com ela em mãos, o estudante de veterinária achou que a liberação do corpo fosse acontecer sem problemas.
“Cheguei lá por volta das 13h, me avisaram logo que eu não poderia entrar. Expliquei que tinha uma ordem judicial, mas informaram que a direção precisava liberar a minha entrada. Tentaram dificultar de todo modo a minha entrada lá, acharam que eu ia desistir”, contou.
Fonte: G1