Uma imagem de satélite divulgada pela União Europeia mostra o impacto da seca no Lago Tefé (AM), localizado ao longo do Rio Solimões, um dos principais afluentes do Amazonas.
‘Seca sem precedentes’
A imagem feita pelo satélite Copernicus Sentinel-2 mostra os efeitos da “seca sem precedentes” na região. O Copernicus, responsável pelo registro, faz parte do programa espacial da União Europeia.
O registro do dia 24 de setembro chama a atenção para a redução do lago. Os sensores do satélite usam a luz infravermelha, que é refletida pelas plantas —a parte com água fica azul. Quanto mais vermelho, maior a presença da vegetação, que cobriu parte do lago ao longo do ano.
“A escassez de água na Amazônia, que detém um quinto da água doce do mundo, levou as autoridades a declarar emergência, pois os rios se tornaram ‘inavegáveis’, isolando várias comunidades. A seca agravou ainda mais os incêndios florestais no Brasil, onde a fumaça impactou a qualidade do ar.” – Nota da Copernicus
Imagem de um ano atrás mostra um cenário diferente. Nas imagens de satélite feitas em setembro de 2023, o lago ocupava uma área maior e não se via o avanço da vegetação como agora.
O nível atual da água do Lago Tefé é de 6,35 metros, segundo o Instituto Mamirauá, com dados de 2 de setembro. No ano passado, o nível mínimo chegou a 4,75 metros. Nas últimas semanas de agosto, o nível da água no Lago Tefé diminuiu 3,37 metros, em uma média de descida de 24 cm por dia.
A seca afeta animais (botos) e comunidades ribeirinhas. Moradores estão presos por falta de transporte, com as águas muito rasas para que os barcos possam trafegar. Suas casas, os flutuantes, estão sobre o chão sólido.
Só em 2023, 330 botos morreram nos lagos Tefé e Coari. Isso ocorreu devido ao calor extremo, que chegou à marca de 40°C.
Fonte: UOL