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MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Seca no Amazonas este ano deverá ser pior do que em 2023

Faltando poucos dias para a região entrar no período de estiagem, os rios do bioma já apresentam sinais preocupantes

24 de junho de 2024
Redação Um Só Planeta
6 min. de leitura
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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

No ano passado, o estado do Amazonas enfrentou a pior seca da sua história, e especialistas dizem que este ano será ainda pior. Faltando poucos dias para a região entrar no período de estiagem, os rios do bioma já apresentam sinais preocupantes.

O nível do Rio Negro, em Manaus, por exemplo, baixou mais de um metro esta semana na comparação com o ano passado. O nível do rio Solimões baixou 26 centímetros entre segunda (17) e terça-feira (18).

O meteorologista Francis Wagner Correia disse ao G1 que a vazante precoce tem relação com a diminuição das chuvas na região. “O padrão de chuvas está bem abaixo da média do padrão normal desde outubro do ano passado, em grande parte da bacia amazônica, principalmente na porção central e norte da bacia, influenciando os rios em toda essa porção da Amazônia”, explicou.

Essa situação impacta mais fortemente as comunidades que vivem nas margens dos rios e dependem de sua água. Os ribeirinhos, além da falta de água para abastecimento hídrico, sofrem com a dificuldade de circulação, já que o transporte na região central da Amazônia é totalmente dependente do modal fluvial.

A Defesa Civil do Amazonas alerta essa população para que estoquem água e alimentos. “A gente está falando de um cenário crítico que se avizinha, e um dos problemas que nós tivemos ano passado, entre outros, foi o isolamento. Então nós estamos com uma preocupação muito grande, principalmente com as pessoas mais vulneráveis, com as pessoas mais suscetíveis e principalmente com os ribeirinhos, porque nós temos em torno de 4.547 comunidades ribeirinhas dispersas no estado”, indicou o coronel Francisco Máximo, secretário da Defesa Civil do Amazonas,

A seca também aflige as empresas locais. A Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), inclusive, divulgou uma nota sobre o tema. “É importante que o poder público tome medidas urgentes e imediatas para mitigar os impactos adversos da iminente estiagem, que se avizinha com grande rapidez e promete ser a mais severa da história. Há o risco real de uma crise econômica, ambiental e social de proporções inéditas, cujas consequências serão muito desoladora”, enfatizou José Jorge do Nascimento Júnior, presidente da entidade.

Em meio a este cenário, o G1 aponta que um esquema especial para distribuição de insumos e encomendas está sendo planejado. Durante o período da seca, caso se torne impossível a navegação de grandes embarcações nos terminais portuários fluviais, em Manaus, será montado um porto flutuante no município de Itacoatiara. Lá, balsas vão receber os contêineres e levá-los para a capital.

“Aí cada empresa, muito particularmente, vai fazer a sua solução logística. Alguns trarão estoques um pouco antes, outros moverão para um pouco depois. Então há uma diversidade de soluções, mas a tônica é o pior caso possível, o pior cenário possível é de dois meses de seca”, comentou Augusto César Barreto Rocha, coordenador da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas.

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