A seca que vem assolando boa parte do Brasil nos últimos meses perdeu força, mas o quadro geral ainda é preocupante. Pela 1ª vez em mais de um século de medições, a Agência Nacional de Águas (ANA) decretou estado de escassez hídrica em cinco grandes bacias hidrográficas do país – os rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu, todos afluentes do rio Amazonas; e o rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense.
Como destacou a Folha, com exceção do Madeira, que já tinha experimentado situação de escassez hídrica recentemente, todos os demais vivem um cenário inédito desde o começo das medições hidrográficas, no início do século XX. O território impactado supera os 2,2 milhões de km2, o que representa mais de 1/4 do território brasileiro.
“Tivemos a pior seca na região Norte em mais de cem anos da série histórica. Com exceção do rio Madeira, foi a primeira vez que fizemos a declaração de escassez nos demais rios. Observamos o comportamento cíclico dos rios e nunca encaramos nada parecido com o que ocorreu agora”, afirmou Veronica Sánchez, diretora-presidente da ANA.
A reportagem de André Borges também destacou as limitações que dificultam o monitoramento da situação hídrica do país pela ANA. Em todo o país, a agência conta com 23 mil estações de monitoramento hidrológico. No entanto, a ANA está sem nenhum estoque desses equipamentos por falta de recursos, o que piorou depois do corte de R$ 43 milhões no orçamento no começo do ano.
O quadro da seca deve seguir intenso no norte do país. Segundo a CNN Brasil, com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), a seca extrema deve avançar nos estados do Acre, Amazonas e Rondônia no mês de dezembro. Cerca de 25 municípios do Norte devem enfrentar níveis extremos de déficit de chuva e umidade do solo, mais de três vezes o anteriormente previsto para o mês.
Fonte: ClimaInfo