Presas de elefantes se espalham por leitos secos de rios no sul do Quênia, atingido pela seca. Os animais selvagens do país estão morrendo devido à seca prolongada.
Elefantes, búfalos e hipopótamos estão morrendo. O rio que percorre o mundialmente famoso Maasai Mara, cenário da espetacular migração de gnus, está quase inteiramente seco.
No Parque Nacional Tsavo, quatro carcaças de elefantes estão deitadas na terra cozida. Os animais morreram de fome e sede.
“Muitos elefantes estão sendo afetados pela falta de água, especialmente os mais jovens, porque suas trombas não alcançam as copas das árvores mais altas, então eles não conseguem alimento”, disse à Reuters o responsável de turismo do parque, Paul Muya.
Muya, que trabalha para o Serviço de Fauna do Quênia (KWS), disse que a vegetação está ressecada, incluindo as árvores.
Na quinta-feira, as autoridades quenianas informaram a apreensão de 65 quilos de presas de elefantes. Dois suspeitos caçadores foram capturados na Reserva de Caça de Maasai Mara, que faz fronteira com a Tanzânia.
De acordo com o guarda florestal Tuka Jirmo, a caça na fronteira com a Tanzânia vem aumentando nos últimos quatro meses, porque a seca está obrigando os animais a se aproximaram de povoações humanas.
“Os caçadores estão abatendo animais vulneráveis que deixam os parques em busca de água e pastagem”, disse ele.
Funcionários do KWS recolheram 40 presas de leitos secos de rios na região de Tsavo no último mês. Muya estima que 80 elefantes morreram nesse período.
As mortes dos elefantes são um golpe enorme aos esforços do KWS para aumentar o número de elefantes, que foram dizimados pela caça ilegal nos anos 1980. A organização estava orgulhosa de ter conseguido aumentar a população de elefantes de 5.000 em 1989 para aproximadamente 12 mil hoje.
Para Muya, a situação dos elefantes revela o que vem acontecendo também com outras espécies no parque nacional de Tsavo.
“Zebras estão morrendo, búfalos também, e temos incidentes de mortes de carnívoros também”, disse.
O KWS começou a levar água a animais no parque, para que não precisem percorrer longas distâncias para chegar às poças de água.
Além disso, começou a alimentar os hipopótamos, muitos dos quais não conseguem sair de poças de água ressecadas. Os enormes herbívoros não têm glândulas sudoríparas e ficam à mercê do calor implacável.
O quinto ano consecutivo de seca está devastando sete países da África oriental, e teme-se que as chuvas previstas pela meteorologia para chegar este mês possam agravar a devastação, provocando inundações.
Fonte: Abril/Reuters