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Sea Shepherd em São Paulo faz ato pacífico contra extermínio de baleias, tubarões e golfinhos pelo Japão

23 de janeiro de 2010
3 min. de leitura
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Por Lilian Regato Garrafa (da Redação)

Nesta sexta-feira (22), os ativistas da organização Sea Shepherd e voluntários de outras ONGs de defesa animal se reuniram em frente ao Consulado do Japão, em São Paulo, para um ato pacífico em repúdio à caça de baleias, golfinhos e tubarões, promovida pelo Japão nas águas da Antártida.

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Os ativistas deram início ao ato às 11h, abordando os transeuntes com panfletagem e esclarecimentos sobre os motivos da manifestação. Os dados são realmente assustadores e merecem ser divulgados:

– Anualmente mais de 100 milhões de tubarões são mortos para alimentar o mercado asiático. Uma das técnicas usadas é o finning, em que o animal vivo tem suas barbatanas decepadas e em seguida é devolvido ao mar. Eles acabam por morrer devido à pressão dos oceanos.

– Mais de 8 mil baleias já foram assassinadas pela frota baleeira japonesa, com o pretexto de “pesquisa científica”.

– Mais de 23 mil golfinhos são mortos por ano em Taiji, no Japão, para serem vendidos como alimentos nos supermercados japoneses.

Todos esses absurdos são cometidos ilegalmente, desrespeitando o Tratado da Antártida, do qual o Brasil também é signatário, mas é totalmente ignorado pelo Japão.

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Os manifestantes deixaram claro que a luta é contra o massacre promovido pelo governo do Japão, e não contra os japoneses, mesmo porque muitos deles discordam da prática. Uma das ativistas presentes, Rosana Tsibana, embaixadora da boa vontade da província japonesa de Okinawa e diretora institucional e de responsabilidade social da empresa de cosméticos Surya Brasil, é um exemplo. Descendente de japoneses, ela fez questão de comparecer a este ato em solidariedade à causa, se dizendo envergonhada pelo que massacre que o governo japonês insiste em promover.

Após a panfletagem, os ativistas se concentraram em frente ao Consulado e a chuva constante não os desanimou. Eles conseguiram incomodar os representantes do órgão, ao expressarem frases como “Atenção, Japão, diga não ao arpão” e “Lugar de baleia é no mar, e não no prato”. A segurança tentou coibir a ação dos ativistas, que não se intimidaram com as tentativas de fracassar o movimento por parte de integrantes do Consulado. Carlos Alberto Ferreira Francisco, coordenador regional voluntário da Sea Shepherd (SP), citou artigos da Constituição, que expressam o direito a um protesto pacífico.

Também foram feitas referências a outros países, como Noruega e Dinamarca, que, apesar de desenvolvidos, promovem a prática arcaica de extermínio da espécie. Nem mesmo a cadeia de lanches McDonald´s foi poupada pelos ativistas, que aproveitaram uma unidade da rede ao lado do Consulado para lembrar que no Japão ela comercializa sanduíche de carne de baleia.

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Durante a tarde, Flavio Beall, voluntário do Sea Shepherd, montou na calçada da avenida uma enquete para que as pessoas assinalassem espontaneamente qual a melhor contribuição do Japão para o planeta: produtos eletrônicos; miojo; ou carne de baleia? Findada a pesquisa, carne de baleia não obteve nenhum voto. Muitos transeuntes que responderam à pesquisa se solidarizaram à causa e apoiaram o protesto. Um deles, o neozelandês James Hu, fez questão de dar uma declaração, manifestando-se contra o extermínio: “Não há necessidade de consumo de carne de baleia. Os neozelandeses têm um sentimento muito especial pelas baleias e este é um motivo muito forte para nos posicionarmos contra. A população do país em geral não concorda com o massacre.” A pesquisa seria entregue ao cônsul do Japão, para demonstrar que os brasileiros não apoiam, nem acham válido o massacre promovido pela indústria de carne baleeira.

O ato pacífico, que foi o primeiro da Sea Shepherd na cidade de São Paulo, teve 6h30 de duração e, segundo os organizadores, ainda há muitas outras ações por vir.

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