Por Marcio Bueno (da Redação)
O braço brasileiro da Sea Shepherd, ONG internacional de defesa dos mares, lançou sua campanha para proteção dos tubarões no país. Denominada ‘Campanha em Defesa dos Tubarões’, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância e fragilidade desses animais, além de punir empresas que têm causado danos irreversíveis às populações de tubarões no Brasil. Anualmente, mais de 100 milhões de tubarões são mortos, o que já dizimou 90% da população mundial desses peixes. No Brasil, cerca de 43% das espécies estão ameaçadas de extinção – nesse ritmo, muitas espécies estarão extintas em menos de dez anos.
A campanha é uma extensão dos esforços internacionais da Sea Shepherd de proteger tubarões e combater a prática do finning. “O finning está dizimando tubarões por todo mundo. O animal é capturado e suas barbatanas são cortadas. O tubarão é jogado de volta ao mar, sangrando e incapacitado de nadar, e tem uma morte agonizante”, explica Daniel Vairo, diretor geral voluntário da ONG. O Brasil tem sido um grande fornecedor de barbatanas para o mercado asiático, que tem o costume de prepará-las em sopa como prova de status social.
O engajamento da sociedade civil é uma grande parte da campanha, que também pretende que restaurantes e outros estabelecimentos do varejo não vendam produtos derivados de tubarão. A Sea Shepherd solicita que o público promova o selo da campanha em estabelecimentos que frequente, e que se oponha contra aqueles que continuem servindo e vendendo seus derivados.
Aderindo à causa, estão o fotógrafo de moda gaúcho Jacques Dequeker e os atletas de kitesurfe Pedro ‘Boca’ Bueno e Victor Adamo ‘Pimpolho’, além de Guilly Brandão, bicampeão mundial na modalidade. Jacques, que trabalhou com Gisele Bündchen e Shirley Mallmann, em seu tempo vago sai em busca dos tubarões. “Mergulho e fotografo tubarões faz dois anos, são incríveis. Temos que nos dar conta de que são animais importantes para o equilíbrio do ecossistema e merecem nossa proteção e esforço para desfazer a imagem de assassinos”, comenta o fotógrafo, que tem dois tubarões tatuados em seu braço, como símbolo de seu respeito por esses animais.
“Nós, do kite de Ilha Bela, estamos apoiando a campanha para mostrar que, mesmo como atletas que passam uma grande parte do tempo no mar, não sentimos medo desses animais, que são falsamente mostrados como vilões. Matar um tubarão não é fazer um bem, como nos fazem acreditar. Pelo contrário. Matar aos milhares, então, é fazer um estrago na natureza”, diz Boca.