Por Raquel Soldera (da Redação)
A British Petroleum (BP), exploradora de petróleo em águas profundas no Golfo do México, está se tornando a responsável pelo maior e mais destrutivo derramamento de petróleo da história. Trata-se de uma emergência e um ataque massivo a um grande ecossistema marinho. Enquanto a British Petroleum pode ser moral e juridicamente responsável por causar esta catástrofe, é impraticável e insensato deixar o resgate de toda a vida marinha no Golfo do México para uma empresa privada. Todos nós precisamos nos unir para resolver isso, e precisamos fazê-lo rapidamente.
Nesse sentido, a Sea Shepherd Conservation Society anunciou nesta segunda-feira uma campanha para salvar a vida marinha no Golfo do México, e está convocando todos os órgãos capazes de se unirem a essa campanha, enviando embarcações com tripulações treinadas para apoiar os esforços de larga escala no Golfo do México, no resgate das aves marinhas, tartarugas e outras espécies marinhas contaminadas pelo petróleo.
Juntos, terão recursos, habilidades, experiência e paixão para fazer uma enorme diferença no número de vidas e de espécies que podem ser salvas.
“A Sea Shepherd e outras organizações têm navios”, disse o Capitão Paul Watson. “Esses grupos, assim como governos e empresas, têm recursos. Precisamos mobilizar esses recursos agora. Este vai ser um processo longo, sujo e cansativo, mas temos de agir e devemos agir agora.”
O objetivo da campanha é realizar um trabalho em conjunto com a British Petroleum, os pescadores locais, e o governo dos Estados Unidos, no apoio dos esforços de profissionais e de organizações não governamentais para a busca, captura, tratamento e transporte dos animais marinhos durante o resgate.
A Sea Shepherd tem uma longa história no auxílio da limpeza e do resgate da vida marinha em episódios de derramamento de petróleo. A organização participou das operações de limpeza e resgate depois que o Exxon Valdez encalhou no Recife Bligh, em Prince William Sound, em março de 1989, e derramou mais de 10 milhões de galões de petróleo bruto. A operação Oilstorm Y2K teve início após o naufrágio do petroleiro Erika, em dezembro de 1999, que produziu uma mancha que cobriu 125 milhas ao largo da costa da Bretanha na França. A ruptura do gasoduto da Petrobras no Rio de Janeiro, em janeiro de 2000, contou com a coordenação dos voluntários da Sea Shepherd nos esforços de resgate de animais selvagens, e a Sea Shepherd Brasil (ISSB) desenvolveu um plano de resgate dos animais selvagens contaminados pelo petróleo em conjunto com a Petrobras. Em janeiro de 2001, o barco de patrulha da Sea Shepherd, Sirenian, foi o primeiro barco na cena do vazamento de óleo do navio Jessica em Galápagos, e os voluntários passaram semanas resgatando e limpando aves, focas e iguanas contaminadas com petróleo. Em setembro de 2005, a tripulação do navio Farley Mowat, da Sea Shepherd, resgatou e limpou pássaros, iguanas e outras espécies marinhas, coordenando também as operações de limpeza da costa após um naufrágio que provocou o derramamento de diesel na Academia Bay em Porto Ayora, na Ilha de Santa Cruz, em Galápagos.
Apesar de toda a experiência em situações de desastre ecológico envolvendo derramamento de petróleo, a Sea Shepherd Conservation Society pede a cooperação, assistência e mobilização das demais organizações sem fim lucrativos, governos, empresas, e todos os indivíduos, no resgate e proteção da vida marinha que se encontra ameaçada no Golfo do México.
Com informações de Sea Shepherd