Marli Delucca
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Quando postei o vídeo da saída de Bóris do imóvel, e de sua aflição para retornar a casa, o fiz, na intenção de que a pessoa que supostamente houvesse resgatado Bóris da calçada, visse e soubesse que ele tinha família e que queria estar com eles, porque já havíamos colocado faixas e distribuído panfletos de procura-se na região, e que até então ninguém havia ligado para devolve-lo, talvez já estivesse se apegando ao pequeno, não pretendendo devolve-lo, o que de fato estava ocorrendo.
Saí à Serra da Cantareira, com o pensamento de que voltaria com o Bóris nos braços, e isso ocorreu graças a vizinhos, conhecidos e outras pessoas que fui conhecendo pelo caminho, uns me auxiliaram e outros bem que tentaram me atrapalhar.
A manobra de retorno do corsa vinho, onde concentrei meu palpite, estava certa, e graças a outras imagens, consegui ver nitidamente a placa do carro, e conseguir os dados do proprietário do veículo, e seu endereço e fui até o local para buscar Bóris. Mas este não estava lá.
O motorista do corsa havia dado carona a um conhecido (o carona que aparece o braço para fora do corsa), e este conhecido era quem havia retirado Bóris da calçada e o estava mantendo em sua residência. Entretanto o motorista não sabia o correto endereço do outro, somente um local aproximado próximo a Atibaia.
Minha sorte foi escolher como meu motorista, o ex-caseiro da casa que conhece todas as pedras e trilhas da serra da Cantareira, senão nunca teria chegado até Bóris hoje.
E ao chegar ao local, tive que usar além do meu tom de voz mais alto, uma grande dose de pressão, e o celular engatilhado com o número da delegacia mais próxima, o que acabou não sendo necessário.
Aos que torceram pela volta de Bóris, e também para aqueles que disseram outras coisas, gostaria de dizer que na realidade Bóris não mora naquela casa onde saiu e foi levado por estranhos.
Por ter feito o cartaz de Bóris e estar divulgando incessantemente o “cartaz de procura-se”, muitas pessoas entenderam que eu era sua tutora, mas eu não sou. Muitos simpatizantes da causa animal acreditam que eu sou protetora de animais, mas eu me considero somente uma ativista em defesa dos direitos dos animais, pois tenho uma profissão que exerço há muitos anos na mesma empresa, e que eventualmente me concede umas “saídas”, quando nas imediações da minha residência ou do meu trabalho, algum animal precisa ser ajudado.
Como eu já havia mencionado, Bóris é o cãozinho das netas do meu chefe, e mora em um apartamento na Zona Norte, e estava provisoriamente hospedado ali somente há 3 dias, porque uma pessoa da família estava hospitalizada, fazendo que todos revezassem idas e vigílias ao hospital, e que poderiam fazer com que Bóris ficasse sozinho por dias. E foi por esse motivo que Bóris foi levado a casa da serra, onde desapareceu. E foi este o motivo que me levou a buscar o Bóris como se ele fosse meu.
A saúde de Bóris
Logo que chegamos da serra, Bóris foi levado a seu veterinário habitual, porque estava com o olho vermelho e com carrapatos dentro de sua orelha. Estava mais magro e um tanto mais excitado do que sua personalidade habitual, talvez porque no local onde ele estava sendo mantido, vi outros cães maiores e menores do que ele, e Bóris até então não tinha tido contato com outros cães, pois acaba de fazer 1 aninho.
O hemograma de Bóris acusou a Doença do Carrapato, além da anemia, e o exame clínico também acusou que ele está com uma das patas doloridas, amanhã fará um raio-x.