Por Marcela Couto (da Redação)
A autobiografia de Sarah Palin, Going Rogue: An American Life, foi lançada nas livrarias no dia 17 de novembro. No livro, Palin traça suas experiências desde que era uma garota do interior do Alasca até tornar-se vice-presidente republicana.
Além de explanar sua visão sobre a campanha de McCain e a mídia, Palin, uma entusiasta da caça no Alasca, usa o livro para criticar vegetarianos. A republicana diz: “Se um vegano vier jantar comigo, posso preparar uma saladinha e então explicar-lhe minha fisolofia carnívora: se Deus não quisesse que comêssemos animais, por que eles seriam feitos de carne?”.
A republicana ainda complementa: “Amo carne. Como toicinhos, hambúrgueres de bacon, e cada pedaço da bela gordura que envolve um bife. Mas adoro especialmente carne de alce. Sempre faço questão de lembrar às pessoas de fora que aqui no Alasca todos os animais têm seu espaço – logo ao lado das batatas assadas, é claro”.
Infelizmente, a visão de Palin sobre o vegetarianismo não é apenas coisa de gente com a mente fechada, mas também difundida entre alguns intelectuais. O velho clichê que mostra o vegetariano comendo apenas salada, um copo d’água e algumas cenouras ainda persiste, e a grande variedade de alimentos saborosos e saudáveis disponíveis em uma dieta sem carne é simplesmente ignorada pelas massas.
A ideia de Palin de que os animais são apenas pedaços de carne, infelizmente, ainda é compartilhada por uma boa parte da população dos EUA. Suas declarações com certeza receberão aplausos de muitos caçadores e donos de churrascarias. É triste constatar que em nossa sociedade animais sejam considerados o prato principal do jantar.
Um “carnívoro”, como Palin refere-se a si mesma, não precisa mudar sua escolha por causa de um vegetariano, mas a tolerância e o respeito seriam bem-vindos. Nem é preciso dizer que o PETA não enviará nenhum cartãozinho de Natal para Palin este ano.
Mas Sarah Palin, além de declaradamente enxergar os animais como objetos comestíveis, indignos de direitos, comete uma distração bastante grave: ela simplesmente ignora o fato de que seus próprios ossos são envoltos em nada mais nada menos do que pura carne e gordura, exatamente como nos animais que fatia e come.
Além disso, não contente em tratar animais como meros objetos para satisfação do seu paladar, a republicana promove estereótipos preconceituosos sobre vegetarianos e abusa do cinismo para demonstrar sua prepotência e soberania sobre as outras espécies não humanas.
Um péssimo exemplo para a humanidade.
Com informações de Examiner.com