Uma espécie de sapo está sendo ameaçada por estar sendo continuamente procurada para a extração de uma substância batizada de “molécula de Deus”, dado o seu potente efeito alucinógeno e de euforia. A espécie Bufo alvarius é encontrada no deserto de Sonora, no México, e também no sudoeste dos Estados Unidos.
Agora, o sapo é classificado como “ameaçado” na Califórnia e no Novo México, devido à grande procura para extração da substância. Sempre que se sente ameaçado, ele expele o fluido psicoativo chamado 5-MeO-DMT. Para extrair a substância, pessoas que buscam a experiência psicodélica fazem “cócegas” nas glândulas do animal para que ele libere o ativo.
“Lamber sapos não lhe dará verrugas ou produzirá um príncipe encantado, mas pode deixá-lo chapado”, escreveu o jornal LA Times nos idos de 1990, fazendo uma ironia com o clássico fictício da princesa que “beija” o sapo nos contos de fada, em um dos primeiros artigos sobre a tendência incensada que emergia na época.
Algumas décadas se passaram e hoje a prática tornou-se uma ameaça para a própria sobrevivência dos sapos, que já sofrem com a invasão do seu habitat pelos humanos. Uma alternativa para frear a ameaça reside na produção sintética do psicodélico. O 5-MeO-DMT também pode ser feito em laboratório, uma solução que pode proteger os sapos, relata o site europeu EuroNews.
Há inclusive uma campanha pública de financiamento para angariar recursos em prol do desenvolvimento de uma linha específica da versão sintética do psicodélico, que segundo estudos, também entregam efeitos satisfatórios para a terapia sem que nenhum sapo corra risco no processo.
O jornal americano New York Times destaca que à medida que os pesquisadores estudam a segurança do 5-MeO-DMT obtido a partir do sapo, também estão surgindo relatos de experiências adversas pelo uso do fluído, que pode causar envenenamento. Alguns retiros de tratamento que utilizam a substância colocam até paramédicos de prontidão para ajudar em caso de reações negativas.
Nota da Redação: como nós, os animais nasceram para viver livremente. Os sapos não são objetos para serem expostos e servirem ao prazer de seres humanos. As pessoas podem obter alguns minutos de entretenimento, mas para eles é uma vida inteira de exploração e abusos condenados pelo egoísmo humano.