O navio Al Kuwait, que em fevereiro parou a Cidade do Cabo, na África do Sul, devido ao forte odor, agora está causando a mesma situação no litoral Norte de São Paulo. Após um mês fundeado no entorno do Porto de São Sebastião (SP), a embarcação atracou no local, no dia 13 de maio, e dois dias depois iniciou o embarque de 15 mil bois vivos.
Durante a passagem dos caminhões, o cheiro dos dejetos excretados pelos animais pelas ruas, incomodou bastante os comerciantes e as pessoas que moram, ou que estão visitando a cidade. Mas a manutenção do navio, desde então, no local, tem piorado em muito o cheiro nauseante.
A situação tem se mostrado ainda mais grave, fotos e vídeos do mar, no entorno do navio mostram uma mancha escura. E o cheiro está ainda mais forte quando as pessoas se aproximam das praias da localidade. São Sebastião é uma das cidades do Estado de São Paulo, considerada estância balneária por Lei Estadual e vive, em grande parte do turismo. O embarque de animais vivos tem se mostrado extremamente danoso ao comércio e às empresas dedicadas ao Turismo da cidade.
Recentemente o Projeto de Lei 02/2024, que proibia o transporte de animais pelo município de São Sebastião, de autoria do vereador Marcos Fuly (DEM), atual presidente da Câmara de Vereadores, foi arquivado por sete votos a quatro em abril deste ano. Pesquisa realizada pela própria Câmara, sobre a atividade, mostrou que apenas ¼ dos entrevistados é favorável à atividade.
Confira o vídeo aqui.
“O Estado de São Paulo e o município de São Sebastião estão presenciando a destruição, o risco ambiental que esta atividade (de exportação de bois representa) e não fazer nada é chocante! A atividade não tem licença ambiental para ocorrer. É um absurdo ver o Poder Público presenciando este atentado, esta afronta ao direito da população ao meio ambiente equilibrado, aos direitos animais, absolutamente maltratados. Existem provas fartas dos maus-tratos aos animais, ocorridos nestes embarques. Há estudos comprovando que os navios não são preparados para o transporte de animais. Há uma gama de provas de insubordinação a inúmeros direitos. É o risco ambiental marinho, é o risco ambiental às unidades de conservação do entorno, é o risco ambiental do mangue do Araçá que será totalmente destruído, com consequências imprevisíveis. E a gente vê o Poder Público assistindo e muitas vezes, inclusive, incentivando esta atividade que é uma afronta a direitos, a direitos fundamentais humanos, aos direitos dos animais, aos direitos da terra, ao direito à saúde pública. O pior de tudo é que eles, embora eleitos pela população não a ouvem. A população de São Sebastião claro, na Câmara de Vereadores afirmou que é contra os embarques de animais vivos na cidade, por tudo o que foi citado e também pelos danos psicológicos e emocionais de ver os animais sofrendo sem poder fazer nada. Este sentimento de impotência, de compaixão pelos animais, que estão ali sofrendo, pois eles passam nos caminhões, a população vê e sofre junto com eles e o Poder Público simplesmente ignora tudo isto. Então, definitivamente algo precisa mudar urgentemente”, afirma a Letícia.