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SÃO PAULO

Santuário Vale da Rainha, que resgatou búfalas de Brotas e bezerros de Cunha, tem animais sequestrados por quadrilha

26 de setembro de 2024
Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo pessoal

Na manhã dessa quarta-feira (25/09), a guardiã do Vale da Rainha, Patrícia Favano, comunicou na rede social do santuário que o Vale da Rainha foi vítima de sequestros de animais. A quadrilha é especializada em realizar sequestros de animais para vender para outras fazendas.

Por meio de vídeo, ela conta que os crimes ocorreram no decorrer de 6 meses, e que – devido ao processo de investigação policial – a informação não pôde ser divulgada anteriormente.

“Há 6 meses o Vale da Rainha vive um terror, uma situação inóspita e dramática, silenciosamente, em função de uma investigação minuciosa para o descobrimento de crimes cometidos contra Mestres Animais. O Vale da Rainha foi vítima de sequestro”.

Ela também afirma que nessa quarta-feira, dia 25 de setembro, no momento da publicação, o marido e também guardião do Vale da Rainha, Vitor Favano, está na estrada, juntamente com equipe do santuário e voluntários, transportando cerca de mais de 20 animais que foram encontrados e recuperados por meio desta investigação de volta para o Santuário Vale da Rainha. Entre os animais estão resgatados dos casos bezerros de Cunha e búfalas de Brotas, entre eles, um bebê, nascido de uma búfala sequestrada que estava prenha. Ambos são considerados dois dos maiores casos de abandono e crimes cometidos contra animais no Brasil.

No vídeo, Patrícia reitera que neste momento – permanecendo nesta fazenda onde estão em Cunha – cujo contrato de locação vence em 11 meses – todos os que ali estão, pessoas e animais, correm risco de vida.

Relembre o caso bezerros de Cunha:

Em fevereiro de 2022, 302 bezerros foram encontrados em situação de extremos maus-tratos, abandonados à sorte, sem alimentação e sem água, em uma fazenda em Cunha, interior de São Paulo. Também foram encontrados animais mortos e outros, totalmente debilitados, que morreram logo após a chegada do resgate. Na ocasião, o caso foi amplamente noticiado pela imprensa. Por decisão judicial, o Vale da Rainha assumiu a guarda, a tutela e os cuidados dos Mestres Bezerros de Cunha, que desde então vivem no Vale da Rainha.

Foto: Arquivo pessoal

Relembre o caso búfalas de Brotas:

O caso búfalas de Brotas ficou conhecido como o maior crime de abandono e de maus-tratos do mundo. Em novembro de 2021, mais de 1000 búfalas usadas para a produção de leite foram abandonadas à própria sorte, sem água e alimento, encontradas em situação extrema de maus-tratos. No cenário de desastre, búfalas e cavalos passavam fome e sede, muitos em estado de inanição, em meio às carcaças de animais encontrados mortos. Na ocasião, a tutela dos animais foi legalmente passada para a ONG Amor e Respeito Animal, que guardou os animais por dois anos. Em 2023, a juíza do caso destituiu a ONG Amor e Respeito Animal do cuidado dos animais. O Vale da Rainha e o outro santuário, o Rancho dos Gnomos, se uniram e solicitaram à Justiça autorização para cuidar permanentemente de todas elas. No dia 13 de novembro de 2023, a Justiça decidiu por salvar as búfalas, não retornando-as para a família do réu e, agora, elas estão sob os cuidados e a responsabilidade compartilhada do Vale da Rainha e do Rancho dos Gnomos. Cerca de 600 animais, entre búfalos e cavalos, ficaram aos cuidados do Vale da Rainha. É importante dizer que o réu nunca pagou nada para o Vale da Rainha cuidar dos animais, sendo este trabalho realizado somente por meio de doações de colaboradores.

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