Uma disputa territorial tem tomado conta da região rural do Tennessee, nos Estados Unidos, entre Carol Buckley, uma das maiores autoridades do mundo na reabilitação de elefantes, e o santuário do qual foi co-fundadora há 15 anos.
Este mês, Buckley, 56, entrou com uma ação contra o Santuário de Elefantes depois que sua diretoria a demitiu do cargo de presidente e chefe-executiva, a expulsou de sua casa no local e a impediu de visitar Tarra, o elefante de 36 anos de idade que ela criou desde que era um filhote.
O Santuário de Elefante é o primeiro refúgio do país em habitat natural no qual os elefantes envelhecidos – muitos com cicatrizes de uma vida passada em cativeiro – podem circular livremente e, talvez, recuperar parte de sua natureza.
Especialistas têm escrito para apoiar Buckley e alguns do cerca de 85.000 membros do santuário interromperam suas doações.
No centro da disputa está a briga pela custódia de Tarra, o elefante que serviu de inspiração para esta vasta paisagem de colinas suaves e ribeiras frescas.
“Eles levaram tudo: meu cachorro, meu pássaro, meu gato, meu lar, o trabalho da minha vida – meu elefante”, disse Buckley, que se mudou para uma casa não muito longe do santuário.
Na sua acusação, Buckley diz que membros do conselho a difamaram dizendo aos doadores que ela era agressiva com os elefantes e que havia se envolvido em “práticas ilegais”. Ela diz que sua saída aconteceu depois que ela se opôs a um pagamento de US$ 60.000 para o cônjuge de um membro do conselho, e ela pede mais de US$ 1 milhão, seu emprego de volta e o direito de visitação a Tarra.
A diretoria nega as alegações da ação judicial, mas se recusou a comentar diretamente sobre suas ações.
Fundada em 1995 por Buckley, uma ex-artista de circo, e Scott Blais, um tratador de animais, o santuário atraiu relatos simpáticos no programa “Oprah” e na emissora CNN. Iniciado em 200 hectares, o santuário cresceu e se tornou um empreendimento de US$ 23 milhões.
Mas, conforme sua reputação aumentava, houve relatos de que Buckley agia de maneira arrogante com os trabalhadores, às vezes repreendendo-os por não atingir suas expectativas. A relação entre os co-fundadores do santuário, que amigos dizem já ter sido romântica, também piorou e em novembro passado Blais anunciou sua partida.
Buckley foi demitida no dia 17 de março e, eventualmente, suas visitas supervisionadas a Tarra foram interrompidas. Buckley, que deu início a uma nova organização, não nega que era dura com os funcionários, dizendo simplesmente: “Os elefantes vêm em primeiro lugar”.
Mas foi a decisão do conselho de proibir suas visitas a Tarra que afastou os doadores.
“É uma coisa expulsá-la do santuário, mas não deixá-la visitar os elefantes é outra”, disse Tory Braden, que diz ter interrompido suas doações. “Você não pode simplesmente levar um elefante para fora da reserva para uma visita”.
Fonte: Último Segundo