Não é raro encontrar animais abandonados ao andar pelas ruas do Recife (PE). Cães e gatos que, em sua maioria, apresentam marcas de maus-tratos e doenças fazem parte de uma população que já passa de 100 mil. Uma realidade corriqueira na cidade, mas que não passa desapercebida por todas as pessoas. E quem que não consegue ficar de braços cruzados diante desse quadro utiliza o fácil acesso à tecnologia para provocar mudança. Tendo como principal objetivo a adoção, pessoas engajadas na causa compartilham informações sobre animais nas redes sociais em busca de alguém que se sensibilize e ofereçam-lhes um lar.
Apenas no Facebook existem cerca de 100 páginas sobre adoção, além de grupos que têm a mesma proposta, mas que são restritos. Em Pernambuco foram identificadas quatro fanpages do tipo que juntas somam mais de seis mil participantes. No espaço, fotos de cães e gatos disponibilizados para adoção são compartilhadas geralmente com descrição e histórico, itens indispensáveis de acordo com a veterinária da Clínica Animania, Alessandra Melo. “É necessário expor tudo o que aconteceu com o animal, pois geralmente eles vêm da rua. Então, informar características, como porte, raça, idade e o estado geral de saúde para quem vai recebê-lo é importante, pois evita mais riscos”, explica.
Alessandra afirma também que se preocupar em vermifugar, castrar e vacinar o bichinho antes de adotá-lo pode prevenir mais complicações. Foi o que fez o jornalista Milton Raulino, quando encontrou uma gata com cerca de dois meses na sede da Orquestra Cidadã Meninos do Coque, onde trabalha. “Aqui tem muita área verde e todas as salas dão para o ar livre, acho que isso facilitou a entrada dela até o setor onde trabalho. Quando a encontrei fiquei preocupado em tomar alguma decisão e me encarreguei de levá-la ao veterinário”, lembra.
Com a ajuda da assessora da Orquestra, Mariane Menezes, a gatinha além de cuidados, ganhou um “nome musical” e foi batizada como Salomé, uma homenagem à ópera de mesmo nome do compositor Strauss. Vermifugada, vacinada e castrada, ela também precisou passar por uma cirurgia. Por conta de uma infecção, sua cauda foi amputada em um procedimento que durou duas horas. Pouco depois, ela voltou ao local onde foi encontrada, mas o seu destino permanente ainda é incerto. “Por enquanto ela está conosco na sede da Orquestra. Infelizmente nenhum de nós podemos ficar, mas estamos procurando quem queira adotá-la”, conta Mariane.
Para fica com ela, “basta ter amor, disponibilidade, dedicação e recebê-la de braços abertos”, diz Milton no texto publicado em sua página pessoal do Facebook, ferramenta que recorreu para divulgar a história. “Acho que lá tem um apelo maior e é mais fácil de visualizar. Muitos utilizam o Facebook até como uma extensão de suas vidas. Então tirei várias fotos e divulguei. Em dois dias já tive bastante alcance”, diz o jornalista.
Para explicar tanto empenho, Mariane conta que desde criança cultiva o desejo de adotar animais. “Desde a infância que tenho essa vontade de pegar animais da rua para cuidar, mas meus pais não queriam. Hoje tenho oito gatos em casa e fica complicado adotar mais um. Aqueles que eu não posso ficar procuro adotar, mas sou bem criteriosa. Marco entrevista com a pessoa para ter a certeza de que serão bem cuidados”, explica Mariane.
A busca por um lar para Salomé ainda não acabou. E mesmo tendo bastante compartilhamento, o retorno foi pouco até o momento. E assim como ela, outros animais também estão a espera de um tutor. Uma das formas de ajudar a divulgar as campanhas de adoções é colaborando ou compartilhado o conteúdo das páginas locais sobre o tema.
Serviço:
Contato dos responsáveis pela gata Salomé: Mariane – 8863.9522 ou Milton – 9684.7703.
Páginas para adoção de animais em Recife:
Adoções de Animais (PE) | Facebook
Adoções de Animais (Recife) | Facebook
Rede de Adoção de Animais do Recife | Facebook
Adota Recife | Facebook
Fonte: Diário de Pernambuco
