O veganismo é o principal movimento em defesa dos animais no mundo. Os veganos não consomem nada de origem animal na alimentação e não utilizam nenhum produto proveniente da exploração animal, como couro e produtos testados em animais.
Os animais são seres incríveis, donos de uma natureza complexa de emoções diversas e muito sofisticada. Tratar os animais da maneira que tratamos em nossa sociedade, é algo completamente cruel. Um dia, num futuro próximo, iremos entender a dimensão do que significa manter animais em regimes de exploração.
A nossa forma de enxergá-los como objetos consumíveis, é reflexo da nossa cultura, e parte de uma concepção especista, na qual acreditamos que somos superiores a eles, e nos sentimos no direito de explorá-los para qualquer fim.
Com base neste conceito de especismo, praticamos as maiores atrocidades contra os animais, como criá-los em larga escala para consumir seus pedaços e derivados, utilizá-los em testes de laboratório, usá-los como entretenimento, como tração e até na prática de esportes, como a caça e o hipismo, por exemplo.
O movimento vegano surge com base nesta ideia de respeito pelos animais, e colocando em prática no cotidiano esse posicionamento ético. Apesar de o debate sobre os direitos dos animais estar em alta atualmente, não é de hoje que se preza pela consideração dos direitos dos animais.
Religiões muito antigas já abordaram essa questão ao longo da história. O Hinduísmo, a terceira maior religião do mundo, que conta com aproximadamente 900 milhões de adeptos, tem a não violência (ahimsa) como premissa básica de seus fundamentos.
O budismo, que é a quinta maior religião do mundo, também tem a compaixão animal como base de seus ensinamentos, levando em consideração que todo ser é senciente e capaz de sentir.
O movimento religioso judaico-cristão, Rastafári, que foi fundado na Jamaica em 1930, por negros camponeses descendentes de africanos escravizados, também se baseia em uma alimentação vegetariana, com nada ou quase nada de origem animal, além de uma profunda consciência em relação aos produtos ultraprocessados.
Em meados do século passado, na Inglaterra, justamente em novembro de 1944, surge a The Vegan Society (Sociedade Vegana). E em 1994, em comemoração aos 50 anos da sociedade, foi decidido que o dia 1 de novembro seria considerado o Dia Mundial do Veganismo.
Apesar de não ser a única instituição, e muito menos a mais importante que fala sobre veganismo, a The Vegan Society deu o nome que se popularizou no mundo todo.
Atualmente, a concepção do veganismo mudou bastante, antigamente, o movimento tendia a ignorar debates sociais, e considerar apenas questões animais. A própria The Vegan Society, recentemente mudou a definição do veganismo.
Hoje, temos informações suficientes que a produção de origem animal é uma das maiores responsáveis pela crise climática, e o consumo de animais e derivados é responsável por uma série de doenças modernas, que afetam, principalmente, pretos e periféricos.
Ou seja, atividades agropecuárias, além de causarem imenso sofrimento a bilhões de animais por ano, atingem diretamente o povo. Por isso, a necessidade de um veganismo mais amplo, muito menos centrado apenas em uma pauta.
”Não importa onde você mora, importa como você pensa”
No Brasil, tendo em vista que o país é completamente desigual e voltou para o Mapa da Fome, surgiu o veganismo popular, que considera questões sociais, políticas, econômicas e culturais, para então, falar sobre os direitos dos animais.
O veganismo popular brasileiro está crescendo diariamente. Essa vertente simplifica a forma de propagar o veganismo no Brasil, e tem contribuído muito para a popularização do movimento, atuando, sobretudo, na base da sociedade.
Para além de novos produtos veganos, o veganismo popular faz parte de movimentos sociais, que diariamente clamam por justiça social e enfrentam diária e incansavelmente, o racismo, a homofobia, a xenofobia, a exploração da mão-de-obra barata, entre uma série de outras atrocidades humanas.
Não é simples falar de veganismo em um país extremamente desigual, que enfrenta a fome e tem a carne e os demais produtos de origem animal como uma conquista.
Portanto, um veganismo focado apenas em combater a exploração animal não é capaz de dar conta de todas as problemáticas que cercam o consumo de origem animal, principalmente no Brasil.
Se liga:
Especismo é o ponto de vista de que uma espécie, no caso a humana, tem todo o direito de explorar, escravizar e matar as demais espécies de animais por considerá-las inferiores. Oxford Advanced Learner’s Dictionary.
Como pronunciar em inglês ”The Vegan Society”: ”De Vígan Soçaite”
Fonte: Terra