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Babesiose e erliquiose são hemoparasitoses causadas por microorganismos que infectam células e elementos do sangue, provocando uma série de sinais clínicos que dependendo da intensidade podem levar à morte do cão. Tanto a babesiose quanto a erliquiose são transmitidas pela picada do carrapato-vermelho-do-cão (Rhipicefalus sanguineus), portanto o controle deste parasita é fundamental para evitarmos o surgimento destas hemoparasitoses.
A babesiose canina é causada por protozoários, no Brasil os principais responsáveis são a Babesia canis e Babesia gibsoni, estes parasitas infectam os eritrócitos causando sua distruição. Os principais sinais clínicos são letargia, depressão, anorexia, colúria (urina escura), petéquias (pequenos pontos de sangue na pele), febre, esplenomegalia (aumento do baço) e anemia. A gravidade dos sinais varia com a espécie de Babesia, idade e resposta imune do hospedeiro, infecções superagudas e agudas tendem acontecer em filhotes e cães imunossuprimidos. Dentre as complicações associadas a babesiose podemos citar a insuficiência renal aguda, alterações cerebrais, coagulopatias, hepatopatias, Síndrome de angústia respiratório aguda e choque.
O diagnóstico da babesiose é realizado através do histórico, sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma e morfologia de plaquetas) e exames específicos para detecção do protozoário. O exame de esfregaço sanguíneo permite a visualização dos parasitos, porém um resultado negativo não exclui a possibilidade de babesiose. Outros exames como o PCR e testes sorológicos podem ser empregados no diagnóstico da babesiose.
O tratamento consiste na eliminação dos carrapatos e administração de dipropionato de imidocarb, alguns casos requerem transfusão sanguínea. A erliquiose canina e causada por uma bactéria, sendo mais comumente encontrada a Erlichia canis, estas bactérias infectam leucócitos (células de defesa). A transmissão também ocorre pela picada do carrapato-vermelho-do-cão (Rhipicefalus sanguineus). A infecção é caracterizada por uma fase aguda e outra crônica, onde existem diferentes sinais clínicos. Na fase aguda pode ser observado febre, secreção óculo-nasal, anorexia, dispnéia (falta de ar) e esplenomegalia, já na fase crônica observa-se epistaxe (perda de sangue pelo nariz), petéquias, mucosas pálidas, emagrecimento e uveíte bilateral (inflamação nos olhos).
O diagnóstico se baseia no histórico, sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma e morfologia de plaquetas) e exames específicos para detecção da bactéria. O exame de esfregaço sanguíneo permite a visualização das mórulas de Erlichia no interior de leucócitos, porém um resultado negativo não exclui a possibilidade de erliquiose. Outros exames como o PCR e testes sorológicos podem ser empregados no diagnóstico.
O tratamento consiste na eliminação dos carrapatos e administração de antibióticos do grupo das tetraciclinas, alguns casos requerem transfusão sanguínea. É muito comum ocorrer a infecção concomitante de Babesia e Erlichia nos cães, por isso na maioria dos tratamentos é realizado a associação entre o imidocarb e antibióticos.
A evolução das doenças devem ser acompanhadas pelo hemograma e morfologia de plaquetas. Embora a cura clínica destas doenças seja relativamente fácil, a eliminação completa dos agentes é muito difícil, muitos cães permanecem portadores, podendo apresentar novamente os sintomas em casos de queda de imunidade. Muitos animais se encontram em estado subclínico, tornando os sintomas mais brandos, dificultando o diagnóstico das doenças. A melhor maneira de previnir a babesiose e erliquiose é através do controle dos carrapatos, vasculhando o cão para removê-los e aplicando periodicamente produtos carrapaticidas no animal e controlando os vetor no ambiente com produtos para este fim.