Lilian Rockenbach
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Artigo do Prof. M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Doenças por protozoários e várias viroses não tem cura parasitológica. Se se fizer os mesmos exames que se fazem nos cães em seres humanos será constatada a presença de parasitas, o que é absolutamente normal e desejável. A persistência do patógeno no nosso organismo fica funcionando como uma “vacina”, termo chamado de “premunição”.
Os animais tratados são portadores, e não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico, e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.
É sempre bom lembrar que a leishmaniose, como a dengue, é doença infecciosa não contagiosa: não se transmite por contato. Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A dengue se combate eliminando o mosquito; a leishmaniose se combate matando o cão ?
O problema da leishmaniose é o manejo negligenciado do controle de vetores, por absoluta ignorância. Na leishmaniose visceral, matar o cão é um ato tão inteligente como matar o ser humano para controlar a dengue.
Aos mais refratários, é sempre bom lembrar que na Europa não se eutanasiam cães. Aliás, não há sequer recomendação dos ministérios da saude da Espanha e Itália em recomendar a eutanásia de cães, porque não existem trabalhos científicos que comprovem a eficácia da eutanásia, mas há vários trabalhos que demonstram que o animal tratado perde muito significativamente o risco de se tornar um transmissor.
Prof.M.Sc. André Luis Soares da Fonseca
Médico Veterinário
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Fonte: Amigo do Bicho