Na semana passada, uma égua foi abandonada na Zona Norte. Debilitada por conta dos maus-tratos que vinha sofrendo, chamou a atenção de moradores próximos, que buscaram ajuda. Recolhido pela EPTC, o animal não resistiu e morreu devido a uma septicemia (infecção geral).
De acordo com Paulo Dorneles, responsável pelo Abrigo de Animais da EPTC – espaço que existe há nove anos em Porto Alegre (RS) – 30% dos cavalos que chegam ao abrigo são vítimas de maus-tratos. O restante, são animais soltos na via, ou abandonados.
Leilões foram substituídos por adoções
Um veterinário presta atendimento no local e, em casos mais graves, os cavalos são encaminhados ao Hospital Veterinário da UFRGS. Se em 15 dias o tutor do animal não for até o abrigo reivindicá-lo, tendo condições físicas, o cavalo pode ser doado. Até dois anos atrás, conforme Paulo, esses animais eram leiloados. No entanto, foi constatado que muitos arrematados voltavam para as ruas para puxar carroça, o que é proibido. Desde então, não há mais leilões, mas o projeto Adote um Cavalo.
— O interessado deve ir até o setor de Atendimento ao Cidadão da EPTC para candidatar-se a fiel depositário. Temos convênio com o Instituto Cavaleiros Farroupilhas, que analisa o perfil de candidatos. Depois da doação, continuamos fiscalizando —explica.
Paulo afirma que 150 cavalos já foram doados. Quem adota tem utilizado os animais para equoterapia ou passeios.
Égua Inácia está melhor
Encontrada em situação de maus-tratos na Rua José Montaury, no Centro da Capital há uma semana, a égua Inácia já nem parece o mesmo animal.
— Alguns (cavalos) chegam estressados, outros sem reação, de tão debilitados. Ela já foi hidratada, medicada e está melhor — comenta Carlos Augusto Santos Machado, proprietário da Cabanha Santi Machado, responsável pelo tratamento dos animais no abrigo.
Porto Alegre: o que fazer
* Cavalo solto na via: a recomendação é ligar para o 118. Por conta do risco de causar um acidente de trânsito, a equipe de fiscalização é acionada e a cabanha contratada por licitação se responsabiliza pelo recolhimento do animal, que vai para o abrigo (Estrada Chapéu do Sol, 2400). O tutor tem 15 dias para buscar o animal. Depois deste prazo, o cavalo está apto a adoção.
* Cavalo em situação de maus-tratos: isso pode ser detectado pela população ou pela própria EPTC em blitze em conjunto com o Batalhão Ambiental da BM. O órgão policial é acionado, um veterinário é chamado para constatar os maus-tratos e é feito termo circunstanciado. Com o encaminhamento à Justiça, o dono do animal é responsabilizado.
* Animal doente, abandonado: Paulo Dorneles explica que, muitos donos de animais, muitas vezes usados para transporte, preferem abandonar um cavalo velho e doente a serem responsabilizados por maus-tratos.
Como funciona na Região Metropolitana
Alvorada
* Um convênio com uma empresa particular garante o recolhimento de cavalos abandonados ou soltos na rua. O atendimento é feito 24h por dia, sendo acionado pelo telefone 3411-1022. O curral fica no Bairro Estância Grande.
Canoas
* A fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente atua em caso de maus-tratos, a partir de denúncias. O tutor é autuado e o animal encaminhado para um fiel depositário, no caso uma das ONGs da região que atuam nessa área. Denúncias são recebidas pelo telefones 3462-1684 ou 0800-5101234.
Gravataí
* A Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte faz o recolhimento de cavalos machucados nas vias. Para solicitar o serviço, basta ligar para o telefone 4001-3234. A Secretaria Municipal de Serviços Urbanos é responsável pelo recolhimento de animais mortos e atende pelo telefone: 4001-3533.
Viamão
* A denúncia deve ser feita através do Fala Cidadão, telefone 0800-6010203, mas também pode ser feita na delegacia de polícia.
Esteio
* A Secretaria Municipal de Meio Ambiente recebe denúncias pelo telefone 3459-4494 – Setor de Zoonoses, e envia técnicos até o local. A secretaria está concluindo um projeto para recolher esses animais. Já adquiriu um reboque e está preparando um local apropriado para deixar o cavalo.
Fonte: Zero Hora
