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APÓS DENÚNCIAS

Sacríficio de cães saudáveis: polícia investiga maus-tratos contra animais em CCZ de Embu Guaçu (SP)

11 de julho de 2023
3 min. de leitura
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Foto: Arquivo Pessoal

A Polícia Civil instaurou um inquérito para investigar a suspeita de maus-tratos contra animais no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Embu-Guaçu, na Grande São Paulo.

A prefeitura afirmou, na manhã desta terça-feira (11/7), que vai abrir uma sindicância para apurar a conduta de uma veterinária que teria sacrificado um cão sem necessidade, de acordo com laudo pericial obtido pelo Metrópoles.

Protetores da causa animal alertam há pelo menos seis anos o governo municipal sobre os supostos maus-tratos atribuídos à médica veterinária de Embu-Guaçu.

Em 2017, a mesma veterinária teria afirmado que um cachorro doente que havia sido resgatado em um ponto de ônibus “não apresentava nenhuma intercorrência clínica”, sugerindo que ele fosse solto na rua.

O cachorro, segundo uma protetora que o resgatou, estava nitidamente debilitado, com a doença do carrapato, como foi constatado em consulta com outro veterinário.

Em outro caso, a veterinária teria castrado um cachorro macho e, logo após o procedimento, abandonado o animal na rua. O cão teve uma grande infecção e precisou ser tratado por outro profissional.

A veterinária ainda teria se negado a realizar eutanásia em um cachorro ferido gravemente na cara por uma machadada. O procedimento foi feito por uma clinica particular, que cobrou pelo serviço, pago por protetores.

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Foram notificados, por escrito e com fotos, ao menos oito casos de maus-tratos com o suposto envolvimento da veterinária até o momento. Procurada pelo Metrópoles, ela não quis se manifestar a respeito.

Sacrifício desnecessário

Em março deste ano, a veterinária teria sacrificado Bob, um cão sem raça que estava com uma pequena bicheira na base da calda.

Segundo a Lei 14.228, de 2021, somente casos de doenças graves, ou enfermidades infectocontagiosas incuráveis – colocando em risco a saúde humana e de outros animais – autorizam a morte induzida de cães e gatos em situação de rua por órgãos de zoonose, canis públicos e estabelecimentos similares.

“O animal estava sadio, tinha uma bicheira pequena. Eu quero respostas. Não aceito o que a Camila faz. Se ela não gosta de animal, problema dela, ela que escolha outra profissão, vá fazer o que quiser, mas não matar animais. A função dela, como veterinária, é cuidar de animal sem lar, que está doente e ela nunca fez isso”, afirmou a protetora Verônica Silva.

A ativista pagou do próprio bolso uma perícia para provar que o sacrifício de Bob não era necessário. Segundo relatório de necrópsia, Bob morreu de colapso cardiorrespiratório, por ser submetido “à morte induzida química.” Na avaliação, o estado de saúde do cachorro, antes da eutanásia, foi considerado saudável.

Investigação e sindicância

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo, as denúncias de maus-tratos no CCZ da Região Metropolitana são investigadas pela Delegacia de Investigações sobre Infrações Contra o Meio Ambiente de Taboão da Serra, que já instaurou um inquérito sobre o caso.

“O responsável pelo Centro de Zoonoses de Embu-Guaçu, prestará depoimento à autoridade policial que segue realizando demais diligências para o esclarecimento dos fatos”, diz trecho de nota, encaminhada nesta segunda-feira ao Metrópoles.

A Prefeitura de Embu-Guaçu afirmou, também em nota, que realiza apuração para a abertura de um processo de sindicância sobre o caso.

“Foram juntadas todas notificações sobre a profissional e encaminhadas para a abertura de sindicância.”

Questionado sobre o número de denúncias de maus-tratos no CCZ, o governo municipal não se manifestou.

Fonte: Metrópoles

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