Por Marcela Couto (da Redação)
Um recurso da corte federal decidiu nesta Sexta-Feira permitir que um sacerdote praticante de Santeria (religião que funde crenças católicas com a religião tradicional Iorubá) sacrifice bodes em sua casa no Texas. O argumento é de que uma decisão legal de proibir o ritual poderia violar os “direitos religiosos” do homem.
Jose Merced, 46, acusa a cidade de Euless, no Texas, de desrespeitar seu direito constitucional de exercitar sua religião. As leis da cidade determinam que sacrifícios são nocivos à saúde pública e violam as regulamentações de abate e crueldade animal.
“É um grande dia para a liberdade religiosa do Texas,” disse Eric Rassbach, o advogado de Merced.
Merced declarou que ao praticar sua fé na privacidade de seu lar, ele “não prejudicará ninguém”.
“Agora os Santeros podem praticar sua religião em casa sem medo de serem multados, presos ou julgados,” disse Merced.
O advogado da cidade, William McKamie, disse que planeja recorrer da ação.
“Nós acreditamos que este é um uso infundado e incorreto dos propósitos da lei de Liberdade Religiosa do Texas,” declarou MacKamie.
Em depoimento, Rassbach descreveu Santeria como uma religião Afro-cubana com rituais complexos para ordenação de sacerdotes, incluindo o sacrifício de até nove animais quadrúpedes, como cordeiros ou bodes, até vinte galinhas ou outra ave e até uma tartaruga.
Merced disse que a polícia interrompeu uma cerimônia em sua casa em Setembro de 2004 e disse a ele que parasse de matar animais.
Os advogados de Euless disseram que as leis contra o sacrifício de animais entraram em vigor antes da chegara de Merced em 1990 e que não visam discriminar qualquer indivíduo ou grupo específico. McKamia disse ainda que Merced não tem condições de manter animais em sua propriedade de acordo com as leis sanitárias.
Nota da Redação: É absurdo que uma prática violenta e abusiva como o assassinato de animais seja tolerada em nome de uma suposta liberdade religiosa. Nota-se que o sacerdote em questão considera que ao matar animais, não estará prejudicando “ninguém”. Os animais não têm sequer a chance de serem considerados “alguém”, pois já são estigmatizados como “algo”.
Com informações de USA Today