Sem as tradicionais festas de carnaval e com a vacinação contra a Covid-19 em dia, muitas pessoas vão aproveitar o Carnaval para viajar. Mas quem tem animal doméstico precisa estar atento na hora de decidir se vai levar ou não o companheiro na viagem.
Seja qual for a decisão da família, são necessários cuidados especiais para evitar o estresse nos animais.
O médico veterinário e coordenador do Hospital Veterinário do Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter), Diego Norte, propõe que a avaliação para viajar com o cachorro ou gato leve em conta três fases: estratégia, cuidados ao levar e cuidados de estar.
“O histórico do cãozinho, gatinho ou outro animal doméstico tem de ser levado em conta, se ele já passou por esse tipo de situação e como reagiu. Se for a primeira vez, um preparo prévio é importante, como ir a um destino mais curto antes da viagem para ver o seu comportamento e se parece adaptado”, disse o médico ao Diário de Canoas.
Antes de tirar o animal de seu ambiente tradicional, verifique, ainda, se as vacinas estão em dia, assim como o vermífugo e remédio para controle de pulgas e carrapatos, uma vez que no local das férias ele pode ter contato com parasitas.
Por segurança, Norte relembra que o deslocamento deve ser feito em caixas apropriadas para transporte de pets. “Para viagens de carro, o ideal é fazer paradas a cada duas horas para que os cachorros bebam água, caminhem e façam suas necessidades”, ressalta.
Pensando no bem-estar, o veterinário pondera que talvez a melhor opção seja deixá-los em casa, em sua zona de conforto. Nessa situação, o animal pode ficar sob os cuidados de algum familiar ou de uma pet sitter, como é o caso de Leticia Ribeiro, que há mais de 10 anos trabalha no ramo em Canoas.
“A orientação é que se mantenha a mesma profissional em diferentes ocasiões, pois o animal cria vínculo e fica mais confiante. Para minimizar a saudade dos tutores, uma dica é deixar uma peça de roupa com o cheiro da pessoa ou manter o acesso livre à cama, por exemplo, para que o animal não se sinta abandonado e fique mais tranquilo”, explica ela.
Lembre dos remédios
Caso seu animal doméstico esteja fazendo algum tratamento ou faça uso de medicação contínua, não esqueça de deixar os remédios e os horários anotados para a cuidadora. Se for levá-lo junto no feriadão, coloque despertador no seu celular para não esquecer também.
“A saúde do animal é prioridade, por isso sempre converso bem com os tutores antes, para compreender toda a rotina e particularidades de cada bichinho”, diz Leticia.
O período de verão, entre dezembro e março, é o mais movimentado para Leticia, assim como feriados prolongados de Carnaval, Páscoa, Natal e Ano Novo. Para assegurar a qualidade do trabalho, ela limita a quantidade de clientes, atendendo de 10 a 12 cãezinhos e gatos por dia.
“Faço de uma a duas visitas diárias para cada animal, para dar comida, água, passear, limpar e brincar. Além disso, envio fotos e vídeos todos os dias para os tutores, assim como informações de como os animais estão. Essa troca diminui a dor da separação”, destaca ela.
Com o calorão, outra sugestão da pet sitter é deixar potes extras de água para os bichinhos, certificando-se assim de que eles não fiquem com sede entre uma visita e outra.
Verifique se o local é pet friendly
Ao escolher um destino para a viagem de Carnaval, os tutores que pretendem levar os compnaheiros devem verificar se o local é pet friendly, ou seja, aceita e tem estrutura para receber animais.
“Na chegada, o mais indicado é esperar o tempo de ambientação e aclimatação de cada animal. Não é legal forçar nenhuma atividade, mas, sim, deixar que ele se solte. O tutor não pode pensar que o cãozinho ou gato irá lhe acompanhar em tudo”, salienta o veterinário.
Já no ambiente, não esqueça de checar muros, portões e janelas para preservar a segurança do seu amiguinho. Para passear, não esqueça da guia e de recolher as necessidades que ele fizer na rua.