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Risco de amputação da cachorra que teve pele da pata colada é pequeno

26 de janeiro de 2012
3 min. de leitura
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A poodle de quatro meses teve a pata colada com Super Bonder após uma fratura (Foto: Reprodução Rede Record)

O médico veterinário responsável agora pelos cuidados da cachorra que teve a pele colada em São Manuel, no interior de São Paulo, disse que risco de amputação é pequeno, pois o animal está evoluindo bem ao tratamento.

A poodle Radija teve a pele colada em um procedimento que, segundo o primeiro veterinário que a tutora do animal procurou, seria necessário para imobilizar uma patinha quebrada. Airton Ribeiro Romão afirmou que o procedimento funciona e que já teria usado a mesma técnica em um cabrito e um passarinho, que se recuperaram bem. “O problema foi que a tutora do animal descolou a pele antes do tempo de recuperação. Ela deveria ter esperado 30 dias, quando o ferimento estaria praticamente curado”, completou Romão.

A tutora da cachorra, Kelly Padovan, disse que deu banho em Radija porque ela não parava de chorar e não comia mais. “O pelo e pele da região onde havia sido colocada a cola caíram, o que deixou a cachorra mais ferida”, afirmou. Ela então procurou outro profissional.

Após o procedimento, a cadela foi examinada pelo veterinário Sérgio Ricardo Massarelli Targa. Ele explicou que a Radija teve uma dermatite, uma inflamação da pele onde a cola foi aplicada, e o risco era que a situação ficasse mais grave e atingisse o osso, o que poderia levar a amputação.

“Nós ficamos preocupados porque ela chegou aqui com uma dermatite muito grave, mas, felizmente, estamos tratando e cachorra está bem melhor. Hoje (quinta-feira) ela esteve no consultório e já está conseguindo andar, comer e até latiu, o que significa que a dor melhorou”, destacou o veterinário.

Targa explicou que tirou uma radiografia da cadela e a medicou com antibiótico. “Ela está reagindo bem ao tratamento, amanhã (sexta-feira, 27) vamos retirar a tala que está na pata quebrada e ver como está a pele no local. Se estiver tudo bem, trocaremos a tala para tratar da fratura, se não temos que cuidar da inflamação na pele primeiro para depois tratar do osso e fazer tudo para que ela não se espalhe”. Apesar de ser um caso complicado, o veterinário acredita que a cadela vai se recuperar.

Investigação

Os tutoress da cachorra registraram um boletim de ocorrência contra o veterinário Airton Ribeiro Romão e Polícia Civil vai investigar o caso. De acordo com o delegado José Mario Toniato, responsável pelas investigações, se for comprovada a negligência do profissional ele poderá responder criminalmente por maus-tratos.

A ocorrência foi encaminhada também ao Conselho Regional de Medicina Veterinária. A delegada regional Maria Lúcia de Souza afirmou que o fato será levado à sede do conselho em São Paulo e os tutores do animal e o veterinário serão ouvidos. “Somente depois de apurados os fatos, o veterinário será julgado pelos conselheiros e, se comprovada a negligência, ele pode ser advertido ou até ter suspenso o exercício da profissão”, completou.

A Faculdade de Medicina Veterinária da Unesp também foi consultada em relação ao procedimento. Em nota, a universidade afirmou que existem estudos sobre o uso da cola instantânea em fraturas e ferimentos, mas os resultados ainda são controversos. O hospital afirmou ainda que não adota o procedimento nos atendimentos realizados no local.

Fonte: G1

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