A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro anunciou o adiamento da campanha de vacinação antirrábica para cães e gatos após ter sido registrada a morte de pelo menos 10 cachorros vacinados em Magé, na Baixada Fluminense. Com a mudança de data, a campanha que seria promovida no próximo final de semana na capital do estado, será realizada no dia 25 de setembro.
Uma investigação está sendo realizada pela Prefeitura de Magé, que instaurou um procedimento administrativo. O objetivo é descobrir se houve falha humana ou erro no lote distribuído pelo Ministério da Saúde. Por precaução, a campanha de vacinação na capital só irá começar ao final da investigação.
Conforme relatado pela administração municipal, todos os animais que morreram ou tiveram reação após serem vacinados tiveram as vacinas aplicadas em um único posto de Magé, na unidade do bairro Santo Aleixo. Uma das vítimas foi a cadela Trigesa, que tinha 16 anos e era companheira inseparável de seu tutor, Mário Silva.
No último sábado (4), a cachorra foi vacinada e morreu pouco tempo depois. “Como de praxe na época de vacina, eu costumo trazer minha cachorra no PSF. Eu trouxe, não foi diferente sábado”, disse Mário ao G1. Segundo ele, Tigresa morreu no mesmo dia.
“Eu corri no quintal, ela estava total tremula, gritava muito, eu fiquei desesperado. A cachorra saudável, retornei no meu quintal e minha cachorra estava morta igual a um pau, aquilo me doeu muito, é uma vida, a cachorra era uma filha nossa”, desabafou.
Além dos 10 cachorros que morreram, dezenas apresentaram reações fortes e precisaram ser socorridos após tomarem a vacina. A quantidade de casos foi tamanha que uma clínica veterinária de Magé ficou lotada e registrou até mesmo falta de insumos para atender à demanda inesperada.
Sob investigação
Ao ser questionada sobre o caso, a prefeitura informou que a Secretaria Municipal de Saúde (de Magé) está acompanhando os acontecimentos e oferecendo suporte para o socorro dos animais. “Até agora, temos registro de 10 mortes de animais”, informou a prefeitura.
Por conta da investigação, seringas e outros insumos utilizados para a vacinação dos animais não foram descartados para que possam ser submetido à análise. Os corpos dos animais mortos também serão submetidos a exame de necrópsia.
No momento, a administração municipal levanta a hipótese das mortes terem sido causadas por falha humana. Isso porque depoimentos colhidos pela prefeitura indicam que os animais podem ter recebido injeções de insulina ao invés do imunizante.
“De um total de quase 36 mil doses aplicadas no último sábado, em 53 postos de vacinação, apenas uma única unidade registrou as reações”, pontuou a prefeitura, que explicou ainda que “toda a equipe envolvida no processo de vacinação ocorrido na unidade foi afastada por ato da Secretaria de Saúde, nesta segunda feira (6)”, o que deve ser mantido até a conclusão da investigação.
Segundo a administração municipal, “se forem confirmadas as suspeitas, os agentes que atuaram na unidade serão exonerados e todos os documentos do processo administrativo serão encaminhados às autoridades policiais para a responsabilização penal”.
O caso é acompanhado pelo Ministério da Saúde, que foi notificado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) do Rio de Janeiro. A Delegacia de Polícia Civil de Magé informou que não recebeu qualquer reclamação formal sobre as mortes até o momento.