A chocante imagem de um rinoceronte sendo içado por um helicóptero pode parecer inapropriada ou até um indício de maus-tratos contra a fauna silvestre da África. Mas para quem não sabe, essa é uma das principais medidas de preservação do rinoceronte-negro, uma das espécies de grandes mamíferos em risco crítico de extinção.
A retirada dos rinocerontes de regiões ameaçadas pela caça e pela destruição do meio-ambiente é considerada crucial para evitar o desaparecimento dessa espécie.
Cada vez mais defendida por ativistas e ambientalistas que atuam na África, a locomoção dos animais por helicóptero é uma medida rápida e eficaz no deslocamento desses animais para áreas de cuidado e preservação.
Quando o caminho a ser seguido é difícil e tortuoso, essa é a medida mais segura para o transporte desses gigantes de quatros patas. “Amarrá-los de cabeça para baixo é mais seguro para a saúde dos rhinos do que fazê-los deitar sobre macas ou trata-los como ‘carga-viva’ em aviões”, aponta um trecho do estudo da Cornell’s College of Veterinary Medicine, divulgado pela rede americana CNN.
Na dissertação protetores e estudiosos citam que realizar o uso do transporte aéreo de cabeça para baixo é mais rápido, fácil e menos caro do que outras opções.
No ar
Apenas mais recentemente ficou claro sobre como essa prática afeta os rinocerontes. Os estudos que tiveram o apoio do governo da Namíbia (lar de um terço desses animais da África), revelaram que embora pareça uma experiência desconfortável, voar de cabeça para baixo é a melhor opção para a saúde desse mamífero.
Esse fato foi verificado a partir da medição de biomarcadores de respiração e ventilação, que descobriram que os rinocerontes tinham níveis mais elevados de oxigênio no sangue quando viajavam de cabeça para baixo.
O transporte aéreo de um animal desse porte precisa de muita cautela e requer o uso de pelo menos dois helicópteros. “O primeiro, menor, lança um sedativo no animal. Quando adormecido, uma outra aeronave de grande porte é acionada para carregar o Rhino”, descreve o relatório da Cornell’s College.
Quando os eles ficam deitados, a maca adiciona peso adicional e o processo leva muito mais tempo, mobilizando uma equipe de até seis pessoas, que podem precisar de mais de 30 minutos para finalizar o processo. A urgência nesses transportes é primordial por se tratar de um mamífero de 2 toneladas que está sob o efeito de sedativos.
Segundo a CNN, atualmente a maioria dos rinocerontes é transportada por rodovias, porém uma parte significativa das viagens são aéreas que percorrem cerca de 70 quilômetros com uma duração média de 30 minutos. “Isso se tornará mais comum no futuro, à medida que os rinocerontes são movidos para lugares mais inacessíveis, como a região de Kunene, no norte da Namíbia.
Atualmente existem cinco espécies de rinocerontes. Eles habitam os continentes africano e asiático e são herbívoros.