O Departamento de Meio Ambiente e Recursos Naturais das Filipinas informou nesta sexta-feira (14) que pretende destruir cinco toneladas de presas de marfim, retiradas de elefantes, que estão armazenados em um centro para vida selvagem da cidade Quezon.
De acordo com o governo, o material vale US$ 9,7 milhões e será esmagado e incinerado no próximo dia 21 sob a supervisão de especialistas estrangeiros e defensores da proibição do comércio de marfim.
Segundo o secretário do departamento, Ramon Paje, a destruição das presas de marfim de elefantes tem o intuito de mostrar que o país não tolera o comércio ilegal de animais silvestres.
De acordo com relatório da organização não governamental WWF, o comércio ilegal de animais selvagens move cerca de US$ 19 bilhões anuais, dinheiro que fortalece redes criminosas, compromete a segurança de países e ameaça a saúde da população. Além disso, segundo a ONG, a prática acelera a extinção de espécies como os elefantes e os rinocerontes, que já estão criticamente ameaçados pelo comércio de marfim.
O documento aponta que o comércio ilegal de animais selvagens ocupa a quarta posição no ranking de transações ilegais, que inclui ainda a falsificação de produtos e o tráfico de seres humanos. Para o WWF, os lucros obtidos pelo tráfico de animais selvagens são “utilizados para comprar armas e financiar conflitos civis”.
O estudo aponta ainda que o dinheiro proveniente da prática criminosa ajuda a financiar células terroristas em países africanos instáveis, ameaçando a segurança nacional. Ainda segundo a ONG, rotas utilizadas para o transporte de animais são aproveitadas por outros comércios ilegais, como o tráfico de drogas.
Implicações para a biodiversidade
O relatório informa que o tráfico ilegal de animais selvagens pode causar danos irreversíveis à biodiversidade. Ele cita que recentemente houve uma drástica redução da população de muitas espécies silvestres, como elefantes que vivem em florestas do Congo, o rinoceronte-de-Sumatra, o rinoceronte-de-Java e o elefante-asiático.
Outra associação feita ao comércio de espécies é a introdução de animais invasores, que prejudicam a cadeia alimentar de um determinado ecossistema.
Fonte: G1