A discussão sobre a retirada das capivaras do lago municipal de Ipaussu (SP) voltou a causar polêmica na cidade. Depois que um animal apareceu ferido, a equipe de Procuradoria Jurídica da prefeitura decidiu instaurar um processo administrativo. O assunto voltou a ser pauta na administração municipal após um vereador encaminhar um requerimento à prefeitura pedindo que fosse tomada alguma providências em relação ao animal ferido. O fato também ganhou repercussão nas redes sociais.
Além disso, o parlamentar pede que seja feito um controle populacional das capivaras. “Não é uma questão muito fácil de ser solucionada já que se trata de uma questão ambiental e de animais silvestres”, afirma a procuradora do município Hernanda Pontello Salvador.
As imagens do animal ferido foram feitas por uma moradora da cidade. Segundo os frequentadores do lago, o animal machucado não é fácil de ser localizado já que fica afastado do bando. A prefeitura não possui um número oficial, mas a estimativa é que quase 50 capivaras estejam no lago municipal.
Ainda segundo a procuradora, nem mesmo para ajudar o animal ferido a prefeitura pode tomar uma atitude já que é necessário primeiro uma autorização da Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais (CBRN). “Nós vamos oficiar o órgão para que faça uma visita técnica no local e nos oriente sobre a melhor forma possível para fazer a remoção dos animais, se for o caso”, alega a procuradora.
A Secretaria de Meio Ambiente e a Polícia Ambiental já foram oficiadas para que consigam autorização e apoio técnico para a remoção das capivaras que ficam no lago no centro da cidade.
No entanto, somente a CBRN pode autorizar o manejo dos animais e, de acordo com a representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente em Bauru, o processo não é tão simples já que a retirada só pode ser autorizada caso seja comprovado que os animais estão em risco e podem afetar a saúde das pessoas. “O caminho correto seria a prefeitura enviar um projeto de manejo desses animais. A secretaria avalia e, se for plausível, a gente autoriza”, afirma Jussara Tebet.
O secretário de Saúde do município, José Guidule Filho, também está acompanhando o caso e afirma que em 2010, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucem) fez exames para verificar a existência de foco do carrapato estrela que pode transmitir a febre maculosa para outros animais e até seres humanos e na época nada foi encontrado. A represa artificial tem 97 mil metros quadrados de extensão e é morada para vários animais.
Fonte: G1