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Retirada de cães causa polêmica em universidade em Campos (RJ)

13 de março de 2012
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Na foto, um dos cães expulsos da Uenf (Foto: Divulgação)

A ordem de retirada de um grupo de cães que vive no campus da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF), em Campos, está causando polêmica e já foi parar nas redes sociais. Na última sexta-feira, a prefeitura do campus deu um ultimato a um grupo de professores e estudantes que cuida dos animais, exigindo a retirada dos bichos de dentro da área da universidade até o fim de março. Depois deste prazo, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município será chamado para levar os cães. Segundo a veterinária Indiara Sales, que cursa doutorado na instituição, alguns dos sete cães vivem no campus desde 2003 são dóceis e recebem cuidados veterinários de professores e alunos voluntários.

– Há pelo menos 10 anos, há animais vivendo no campus e sendo cuidados pelos veterinários da universidade. Mas desde o ano passado, quando um novo reitor assumiu, a nova administração decidiu retirá-los. Primeiro, exigiram que todos fossem identificados, vermifugados e vacinados. Nós fizemos isso e comprovamos que eles eram saudáveis. Eles são inclusive castrados. Na sexta-feira, aconteceu um incidente, em que um dos cães mordeu uma aluna, e a direção usou isso como desculpa para expulsar todos. Achamos injusto. Que eles até exigissem a retirada deste cão, mas porque todos precisam sair? – questiona Indiara que, para evitar que os cachorros sejam levados pelo CCZ, está realizando uma campanha de adoção.

Até agora, três dos sete cães já foram adotados. Restaram três machos e uma fêmea.

– O cão que atacou a estudante já foi retirado do Campus e adotado. Estamos preocupados com os outros, pois no CCZ eles acabarão sendo sacrificados – diz Indiara.

O prefeito da UENF Gustavo Xavier argumenta que os animais já morderam e atacaram vários alunos e funcionários. E que a gota d’água foi o ataque a uma estudante na última sexta-feira:

– Um dos cães já mordeu e rasgou a calça do reitor, que por sorte não se feriu. Minha obrigação é cuidar da integridade dos alunos, professores e funcionários. Não posso deixar que cães coloquem em risco uma população de 5 mil pessoas – disse Gustavo, esclarecendo que deu todo apoio institucional possível aos alunos para que a campanha de adoção fosse feita – Se eu quisesse só me livrar dos cães, podia já ter chamado o controle de zoonoses – argumenta.

Todos os animais foram castrados, vermifugados e vacinados e dispõem de carteira de vacinação e exames laboratoriais atualizados. Os interessados em adotá-los devem entrar em contato com Indiara pelo telefone 22 -9922-9378.

Fonte: O Globo

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