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Restaurante em NY que serve polvos vivos causa revolta a defensores dos animais

6 de maio de 2010
3 min. de leitura
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Por Rachel Siqueira  (da Redação-EUA)

O restaurante “Sik Gaek”, em Flushing/NY, recentemente conquistou a ira de manifestantes do PETA (People for Ethical Treatment of Animals) por vender “san nakji”, um prato de polvo fresco, vivo.

foto do prato de polvo vivo servido no restaurante
Foto: Reprodução/Daily News

Os tentáculos do nakji, um pequeno polvo nativo de águas coreanas e chinesas, são picados e servidos com alho e pimentas jalapeño, enquanto se comportam como imortais, ao invés de alimento.

Os tentáculos se contorcem na chapa, seus copos de sucção grudam nos pauzinhos (hashi – varetinhas utilizadas como talheres na culinária oriental), nos dedos e até mesmo no céu da boca.

PETA acusou os restaurantes “Sik Gaek” e “East Seafood”, ambos de Flushing/NY,  de servir o polvo enquanto ainda estava vivo, e enviou cartas ao gabinete do promotor do Queens, exigindo que os estabelecimentos sejam autuados por crueldade contra animais. O grupo também enviou manifestantes para protestar às portas dos restaurantes, enquanto carregavam placas com dizeres como “Polvos Vivos Desmembrados”.

Uma porta-voz do PETA disse que o grupo está investigando situações semelhantes em toda a cidade e não comentará o prato.

Cientistas dizem que há uma razão pela qual o polvo age dessa forma – ainda que morto. “Há uma grande quantidade de atividade nos nervos dos tentáculos de um polvo. Não importa se ele está vivo ou morto”, disse Tim Carpenter, criador de peixes e invertebrados no “Aquário de Seattle” em Seattle, Washington.

O gerente de “Sik Gaek” disse que o polvo, que vive em um tanque de peixes de porte médio, no interior do restaurante, é morto imediatamente por ter sua cabeça aberta e seu cérebro retirado. O polvo é então imediatamente picado e servido a clientes.

Embora alguns considerem o ato bárbaro (bárbárico? sei lá qual o correto…), um notável perito de alimentos disse que o restaurante estava sendo honesto ao mostrar a seus clientes exatamente de onde vem seu alimento.

“Para os americanos, isso é muito desagradável. Nós não gostamos de ver animais mortos ou estar perto dos animais que comemos”, disse Marion Nestle, professora de Nutrição e Saúde Pública, da Universidade de Nova York. “De uma certa forma, isto é mais cru e honesto, se aproveita de uma casualidade biológica”.

Para Carpenter, comer polvo fresco é mais uma questão de sustentabilidade que de ética. “Eles estão no extremo oposto de um mercado seguro e sustentável”, disse ele, citando uma indústria de pesca não regulamentada para o polvo.

Fonte: Daily News

Nota da Redação: O adjetivo “covarde” tão bem se aplica ao trecho “não gostamos de ver animais mortos ou estar perto dos animais que comemos”. É bastante cômodo consumir a deliberada exploração da vida animal fingindo não fazê-lo, recusar-se a encarar a realidade por trás do que ingerimos, vestimos, usamos. Outros fortes adjetivos cairiam como luva ao descrevermos pessoas que usam de animais para seu “benefício” (entre aspas, pois a par do paladar, o uso de animais nada de agradável pode propiciar) ou justificam tais atos; mas estes, deixamos a critério do leitor.

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