Por Marcela Couto (da Redação)
A China anunciou que restam apenas 50 ou até menos tigres selvagens na natureza local, e a única esperança da espécie é uma população da região nordeste do país, de acordo com os conservacionistas.
Os tigres já dominaram grande parte do território chinês, mas a espécie sofreu um verdadeiro colapso, vítima da destruição do seu habitat e comércio de partes do corpo para uso na medicina tradicional.
“Atualmente cerca de 10 tigres vivem na província sudoeste Yunnan, 15 no Tibet e 20 nas províncias Jilin e Heilongjiang, a noroeste”, disse Xie Yan, diretora do maior programa de conservação de espécies da China.
O tigre do sul provavelmente já está extinto, de acordo com a conservacionista.
“O número de tigres selvagens que restam em nossas florestas é muito deprimente,” diz Xie. “Temos só 50 indivíduos, e as populações do Tibet e do Sul tendem a cair. Por enquanto conseguimos estabilizar a população do nordeste, mas ainda é muito pouco.”
O comércio de peles e ossos dos tigres está em plena expansão na China. Apesar de o uso de partes dos felinos ter sido supostamente vetado na medicina, é possível encontrar desde peles e bigodes até globos oculares dos animais.
As peles são vendidas como tapetes ou cobertores no mercado negro, e podem custar até U$20.000 a unidade.
Os ativistas dizem que leis mais rígidas não funcionam porque falta fiscalização e aplicação correta.
Em um século, a população de tigres na Ásia caiu de 100.000 para 3.500. Em dezembro, um homem foi condenado a 12 anos de prisão por ter matado e se alimentado do último tigre selvagem indo-chinês que restava.
Xie acredita que os tigres do Tibet e de Yunnan não terão futuro, já que são poucos demais e isolados.
“Achamos que a grande esperança para os tigres selvagens é a população do nordeste, porque eles têm contato com população maiores da Rússia”, disse Xie. “O resto das populações está condenado porque não têm contato umas com as outras.”
Com informações de Planetark