Lar do pico mais alto da Austrália, o Parque Nacional Kosciuszko vem enfrentando questões de controle populacional para garantir o equilíbrio da biodiversidade, principalmente no que diz respeito aos cavalos selvagens. O número desses animais se tornou tão elevado que autoridades passaram a adotar abatimentos aéreos, alvejando mais de 5.500 cavalos desde outubro do ano passado.
No último levantamento da população total desses animais, havia cerca de 17 mil cavalos selvagens no parque, quando o número considerado ideal para o equilíbrio ecológico na região seria de 3.000, meta a ser cumprida até 2027, segundo a National Parks and Wildlife Service.
Cervos e porcos selvagens também são condenados à morte no programa de controle. A presença maciça destes animais de grande porte ameaça espécies de plantas e pequenos anfíbios e roedores à beira da extinção.
De acordo com os números oficiais, 8.505 cavalos foram retirados do parque desde novembro de 2021, a maior parte nos últimos sete meses como resultado do programa de tiro aéreo. A destruição do habitat causada pelos cavalos é uma das principais ameaças às espécies vulneráveis, juntamente com o fogo e a mudança climática, reportou o jornal The Guardian.
“Cavalos selvagens levaram dezenas de espécies ameaçadas de flora e fauna ao limite depois que seus números ficaram fora de controle”, afirma Jacqui Mumford, executiva-chefe do Conselho de Conservação da Natureza da região de New South Wales, onde fica o parque nacional.
Gary Dunnett, executivo-chefe regional da National Parks Association, destacou que anos de atrasos e inação sobre o problema “significaram que milhares de cavalos selvagens tiveram que ser mortos à medida que a população ficou fora de controle”.
Segundo especialistas, pela primeira vez o número de cavalos removidos do parque excede o crescimento anual das populações destes animais, cenário que permite a diminuição da presença da espécie.
Fonte: Um Só Planeta
Nota da Redação: a medida de condenar cavalos à morte como solução para o problema da superpopulação é não apenas cruel, mas também moralmente questionável. A morte de mais de 5 mil cavalos selvagens na Austrália, conforme relatado recentemente, é uma decisão desesperada e desumana que ignora alternativas éticas.
Em vez de recorrer à violência contra esses magníficos animais, é essencial explorar soluções mais humanitárias e sustentáveis. Por exemplo, programas de controle de natalidade, métodos de esterilização ou até mesmo o reassentamento dos cavalos em áreas adequadas poderiam ser considerados.
Devemos lembrar que os cavalos selvagens desempenham papéis importantes nos ecossistemas, e sua existência não deve ser reduzida a uma simples questão de superpopulação. É hora de adotar abordagens mais compassivas e responsáveis para lidar com essas situações, respeitando a vida e o bem-estar dos animais.