Além de abrigar trechos intactos de Mata Atlântica, a Praia do Forte serve de ponto de reprodução para animais ameaçados de extinção. É o caso das tartarugas marinhas. Atualmente há cinco espécies conhecidas que vivem no Brasil: cabeçuda, de pente, verde, de couro e oliva, todas ameaçadas de extinção.
O litoral baiano é um dos locais preferidos para a desova dos quelônios devido ao litoral de águas e areia quente. Após nascerem, as tartarugas que atingem a idade de 10 a 35 anos sempre voltam ao local de origem para desovar novamente. No caso da Praia do Forte, os ninhos são de tartarugas das espécies cabeçuda e de pente, sendo que as desovas ocorrem de setembro a março.
Para preservá-las, o Projeto Tamar, que completou 30 anos, mantém uma sede na Praia do Forte com vários animais marinhos em cativeiro. Lá o visitante tem a oportunidade de conhecer mais sobre as espécies, o procedimento da desova e o que fazer para protegê-las.
Os resorts à beira-mar também se adequaram para não atrapalhar as tartarugas marinhas. Segundo a coordenadora de meio ambiente do complexo Iberostar, Margarete Buzinn, toda a iluminação e infraestrutura próxima ao mar foram pensadas levando-se em consideração a sobrevivência dos quelônios. “A iluminação de todo o resort é baixa, porque qualquer luz mais forte pode servir como orientação e dispersar as tartarugas na hora de voltarem para o mar, após a desova. Também tomamos cuidado especial para que nada seja deixado na areia, como as cadeiras de praia. Os funcionários de alguns setores específicos têm treinamento em relação a isso”, diz Margarete.
A monitora do Tamar Bruna Torres explica que as tartarugas ocupam cerca de 14 quilômetros da faixa de areia que contorna o litoral. “O projeto faz um monitoramento das espécies em toda a área dos resorts. Além disso, oferecemos palestras para os hóspedes sobre o assunto e acompanhamos a visita aos ninhos durante a temporada de desovas.”
Baleias
Além das tartarugas, a Praia do Forte é visitada por outro animal ameaçado de extinção, que também pode ser observado pelos visitantes: as baleias jubarte. Quando estão na região, os mamíferos saltam para fora d’água, sendo possível visualizar toda a sua magnitude, que pode chegar a 40 toneladas de massa e 16 metros de comprimento. Vindas diretamente da Antártida para se refugiar do frio, elas se reproduzem no local e proporcionam um espetáculo à parte aos turistas.
O Instituto Baleia Jubarte foi criado há 14 anos por uma equipe de biólogos que ajuda a preparar o ambiente para as visitas, conscientizando turistas e moradores por meio de palestras.
No período de julho a outubro é possível avistar esses gigantescos mamíferos aquáticos em passeios de escuna. Há roteiros com duração média de cinco horas que incluem palestras e visita ao instituto. Mas quem quiser viver essa experiência deve se programar com antecedência, pois o instituto não funciona aos sábados e feriados e, nos demais dias da semana, só abre se houver agendamento prévio.
Fonte: Diário do Grande ABC