A Polícia Militar Ambiental e o Corpo de Bombeiros estão planejando o resgate de uma onça-pintada que há cerca de uma semana permanece na região central de Cáceres, no Mato Grosso. No entanto, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) alerta que a ação de retirada do animal do local seria “desastrosa”.
“É normal que ela apareça ali, porque é região de mata. O que não é natural é que ela permaneça por ali. Ela é muito grande. Hoje a guarnição chegou bem próximo a ela e pôde notar isso. Ela deve ter mais de 100 quilos e parece ser forte e saudável”, disse o capitão da Polícia Ambiental, Roosevelt Marcos Barros da Silva, que afirma que, até o momento, a onça está tranquila. Uma ação de resgate através de disparo com tranquilizante está sendo preparada, segundo o capitão.
A Sema, no entanto, é contra a ação planejada pela polícia e pelos bombeiros e suspeita que a onça pode estar prenha ou ter parido filhotes recentemente. Caso fosse removida do local, ela poderia ser levada para o município de Poconé. A Secretaria de Meio Ambiente afirma que a ação seria “extremamente desastrosa” e que além de apenas transferir a responsabilidade pela onça para terceiros, poderia incorrer “na promoção de um confrontamento” com os animais que já habitam a área de Poconé. As informações são do portal Mídia News.
Atualmente, a onça-pintada permanece em uma ilha na margem oposta à região central de Cáceres, na Baía dos Malheiros, no Rio Paraguai. O local é atraente para o animal, segundo a Sema, devido à presença de catetos, jacarés, aves e outros animais que pertencem à cadeia alimentar da espécie.
Além de reprovar o planejamento de remoção do animal, a Secretaria de Meio Ambiente recomenda que uma ação de conscientização da população seja realizada, já que, desde o aparecimento da onça, moradores da cidade passaram a ir até o local para tirar fotos e gravar vídeos. De acordo com a secretaria, a situação deveria servir como oportunidade de promoção da educação ambiental.
A Sema alerta ainda que, assim como as pessoas sentem medo da onça, ela também sente medo das pessoas. “Evidenciamos ainda que, caso o animal venha a se sentir ameaçado, bem como sua cria, poderá acarretar em injúrias severas àqueles que tentarem, por uma simples questão instintiva de autopreservação e defesa de sua prole”, diz documento emitido pela secretaria, que defende ainda que propostas de capturas de animais de vida livre são incoerentes.