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Ativistas das ONGs Amabicho e Aprablu agredidos farão exames de corpo de delito nesta segunda-feira

19 de abril de 2010
4 min. de leitura
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Os 24 integrantes das ONGs Associação dos Melhores Amigos dos Bichos (AMA Bichos) e Associação de Proteção aos Animais de Blumenau (Aprablu), agredidos neste domingo durante a puxada de cavalos em Pomerode (SC), farão exame de corpo de delito segunda-feira (19) no Instituto Geral de Perícias, em Blumenau.

Voluntária da AMA Bichos, Heike Weege, disse que a entidade irá acionar juridicamente a organização da puxada pela violência contra os membros das ONGs.


Manifestantes foram agredidos com pedras e pauladas (Foto:Rafaela Martins)
Manifestantes foram agredidos com pedras e pauladas (Foto:Rafaela Martins)


A presidente da Aprablu, Bárbara Lebrecht, foi empurrada e fraturou o fêmur, ela passará por uma cirurgia no final da tarde desta segunda-feira.Outras duas manifestantes foram feridas na cabeça, uma delas com traumatismo craniano. As duas estão O cinegrafista da TVBV Luiz Deluca, 25 anos, foi agredido com paus e pedras pelo corpo e teve o equipamento destruído.

Os voluntários das organizações de proteção aos animais fizeram um protesto pacífico contra a puxada durante o evento que ocorreu domingo à tarde, na localidade de Ribeirão Souto, em Pomerode, no Vale do Itajaí.

Acompanhe as imagens da agressão, filmadas por um dos manifestantes presentes:

httpv://www.youtube.com/watch?v=ej_bIfG5lME

Era pouco mais de 14h quando iniciava a quinta rodada da puxada de cavalos, na arena improvisada em terreno próximo ao Clube de Caça e Tiro Germano Tiedt. O evento, organizado pelo Clube do Cavalo, reunia 25 participantes, 60 animais e era assistido por cerca de 200 pessoas.

A Prefeitura de Pomerode incentiva o evento com patrolamento do terreno usado na puxada e no empréstimo de toldos. Além da inclusão em seu calendário de eventos. A secretaria de Turismo não divulga oficialmente, mas consta do calendário.

O funcionário da prefeitura e coordenador da Defesa Civil do município, Ademar Marquardt, tentou impedir o atendimento a uma manifestante ferida. O socorrista do SAMU, Gilberto Henchel, que se encontrava no local com equipamento de primeiros socorros, fez o atendimento emergencial. O conhecido “Maluzinho” afirmava que ele não poderia fazer o atendimento pois encontrava-se sem o fardamento do SAMU.

A Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros e o Samu foram acionados, mas chegaram cerca de 15 minutos após o protesto. Os manifestantes foram à delegacia registrar boletim de ocorrência.

As pessoas que protestavam criticavam o uso dos cavalos em provas, cujo objetivo é medir a força do animal, arrastando sacos de areia de até 2 toneladas por uma distância de 10 metros.

Depoimento de uma das ativistas

“Hoje estou em choque. Fomos até o Ribeirão Souto armados de faixas, cartazes e muito amor aos animais. O que encontramos foi uma horda. Pessoas alcoolizadas e ensandecidas. Nos dirigimos ao local em completa paz e organização. Alguns dos manifestantes estavam inclusive com faixas negras na boca. O objetivo era um manifesto pacífico de repúdio. Isso foi feito. Até que os organizadores, familiares e amigos partiram pra cima com pedras, paus e ovos podres. A sensação de que íamos morrer era latente. Me preocupei com meu filho, com as voluntárias, com os amigos que vieram de longe. Todos fomos agredidos física e moralmente.

Nossa amiga Bárbara tomou um chute nas costas e fraturou o fêmur, está internada em Blumenau e sofrerá cirurgia. Seu estado é delicado. Nossa amiga Patrícia tomou uma paulada na cabeça e teve traumatismo craniano. Está internada e precisa de supervisão.

Estamos em um país livre, democrático. Nossa manifestação era pacífica. Não tinhamos a intenção de acabar com o evento de hoje. Nossa luta é para que os poderes constituídos se conscientizem de que a prática da puxada é crime.

Hoje, seria um manifesto pacífico. Coisa que o pessoal do Ribeirão Souto não conhece.

Já tinhamos sido avisados que a família Just era poderosa no Ribeirão Souto. Mas não imaginávamos que ainda existia coronelismo em Pomerode. Eles agem como se fossem donos do bairro. Entendo que não queriram perder os lucros auferidos com o evento. Apenas poderiam inventar uma modalidade em que os cavalos não fossem sacrificados. É tudo que pedimos.

E peço ao meu prefeito (sou cidadã) Paulo Pizzolatti, que de uma vez por todas acabe com esse privilégio. São poucos votos. Não lhe farão falta perto do muito que Pomerode perderá com a repercussão negativa do ocorrido.

Vamos mostrar que a época do coronelismo acabou. Que o povo tem voz. Que pessoas que lutam pelo bem estar animal são respeitadas em Pomerode.

Que pessoas que maltratam cavalos não serão admitidas.
Pra terminar, quem bateu em mim, Heike Weege, foi o Ivo Just. Com seus filhos, parentes e simpatizantes do mal.”

Com informações do Diário Catarinense e Portal Pomerode

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