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Representante da Prefeitura na fiscalização do Royal era funcionária do Instituto

7 de novembro de 2013
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(Foto: Divulgação)
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Circula pelas redes sociais um documento (foto) com o logotipo do Instituto Royal, e que trata da entrega de um animal do canil para sofrer experimentos. Na assinatura, a veterinária Solange Cestero Rodriguez assinou em nome da empresa em 2011. Depois da invasão do laboratório, a mesma Solange Cestero Rodriguez é citada em matérias da imprensa como a representante da prefeitura na fiscalização do Instituto em 2013, que liberou o funcionamento após uma vistoria em setembro.

A Vigilância Sanitária de São Roque apontou não ter encontrado irregularidades, cerca de um mês antes de um grupo de ativistas resgatar 178 beagles usados em pesquisas laboratoriais. Segundo o portal Uol, o órgão municipal decidiu fazer a visita de surpresa ao Instituto no dia 19 de setembro, após receber denúncias de maus-tratos contra os animais de laboratório. Além de cães, o biotério abrigava também coelhos e ratos.

Ao contrário do que afirmou a vigilância em setembro, em vistoria de março deste ano, solicitada pelo Ministério Público, o parecer assinado pelo biólogo Sérgio Greif aponta insalubridade nas dependências do laboratório. Após a invasão, a Prefeitura voltou atrás e suspendeu o alvará por um prazo de 60 dias.

Há ainda um documento publicado no site do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que traz a “relação detalhada dos estudos conduzidos pela instalação de teste” detalha alguns dos procedimentos que seriam realizados na instituição. Entre eles, estão estudos toxicológicos e testes como irritação nos olhos de produtos como agrotóxicos, cosméticos e outros componentes químicos.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Fiscalização 

A fiscalização, na verdade, deveria ter sido feita pelo Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. Solange Rodriguez é atualmente chefe do Serviço de Controle de Zoonoses da cidade e guiou os fiscais da Vigilância para conhecer os canis, a maternidade dos animais, os laboratórios. Após a visita, o grupo atestou não ter encontrado irregularidades nas dependências, nem sinais de maus-tratos ou de sujeira. Além disso, apontou que a documentação e as credenciais estavam em dia.

Segundo a Vigilância, a visita também se prestaria a ajudar a dar informações a um grupo de ativistas que se revezava em frente à empresa e queriam ter acesso ao laboratório para verificar se realmente havia riscos ou crueldade aos bichos, assim como se eram feitos testes para produção de cosméticos com os animais no local, e não só os científicos.

Agrotóxicos 

No documento o Inmetro aponta que “é possível observar que o Instituto Royal ministrava agrotóxicos, produtos cosméticos e produtos químicos em cães da raça beagle, coelhos e camundongos. Estes produtos eram ministrados na pele e nos olhos dos animais, que também eram obrigados a ingerir doses de agrotóxicos, produtos cosméticos e produtos químicos, além de outros componentes”, segundo nota emitida por Fabio Chaves, infoativista do portal Vista-se.

Ele prossegue afirmando que “o documento não detalha o número de animais mortos, mas o que sabemos deste tipo de teste é que a maioria vai a óbito. A morte é parte dos testes para descobrir que dosagem de uma determinada substância é capaz de matar um animal”.

Testes

Em vídeo divulgado na semana passada, o Instituto Royal afirmou que fazia testes de segurança para medicamentos e fitoterápicos, para cura e tratamento de diversas doenças como câncer, diabetes, hipertensão e epilepsia, além de novos medicamentos antibióticos e analgésicos. “Assim como em qualquer outro país, essas pesquisas são feitas em animais antes de se partir para pesquisas clínicas”, afirmou a diretora do instituto, Sílvia Ortiz, no vídeo.

Segundo o Inmetro, o documento não significa que o Instituto Royal faça todos aqueles testes – mas, sim, que havia uma autorização para isso. “Ali são listados tipos de experimentos que eles estão autorizados a fazer. Então não significa que o Royal esteja mentindo quando negam os testes com agrotóxicos. Se eles estavam realizando ou não esses procedimentos, só o próprio instituto tem conhecimento para responder”, disse o Inmetro através de sua assessoria. O Inmetro também afirmou não ter conhecimento sobre testes específicos realizados pelo Instituto Royal.

O Instituto Royal afirmou através de nota que recebeu do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) cerca de R$ 2 milhões para “pesquisas de projetos de inovação, inclusive, uma delas para métodos alternativos, que tem o objetivo de diminuir a utilização de animais em testes pré-clínicos para a indústria farmacêutica”.

Fonte: Brasil em Pauta

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