As alterações climáticas estão a alterar a profundidade da neve que cai nas florestas nas regiões mais a norte do planeta, alterando, por sua vez, a quantidade de dióxido de carbono (CO2) que fica aprisionado no solo ou é libertado para a atmosfera.
Um grupo de cientistas, liderado pela Universidade de Oulu, na Finlândia, quis perceber como é que as renas influenciam o ciclo de carbono ao pastarem em florestas nevadas e que são influenciadas pelas alterações climáticas.
Para tal, realizaram experiências em campo. Numa área, no norte finlandês, onde o pastoreio de renas foi excluído há 55 anos, zonas com neve menos profunda libertavam mais carbono emitido pelo solo e pela vegetação do sub-bosque. Por outro lado, em zonas com neve mais profunda a libertação de carbono era menor.
Ainda, dizem os cientistas, num artigo publicado recentemente na ‘Science of the Total Environment’, que nas áreas onde as renas atualmente pastoreiam a libertação de carbono do solo e da vegetação é praticamente a mesma sejam qual for a profundidade da cobertura de neve.
Os autores sugerem que na área de meio século de exclusão de pastoreio de renas a proliferação de líquenes, um organismo que resulta da simbiose entre fungo e alga e que é parte importante da alimentação desses animais, pode ter aumentado a temperatura e a humidade do solo, promovendo uma maior libertação de carbono.
Comparativamente, nas áreas onde andam as renas, há menos líquenes e, assim, menor emissão de carbono. Por isso, acreditam que a atuação das renas poderá, de alguma forma, ajudar a mitigar a libertação de carbono dos ecossistemas boreais, num contexto de aquecimento global.
Fonte: Greensavers