Conforme dados coletados para relatório, as taxas de caça de rinocerontes africanos caíram desde 2018, mas milhares deles ainda estão sendo caçados, ameaçando o futuro da espécie, alertam especialistas.
Em 2015, as mortes atingiram um pico de 5,3% da população da espécie, mas no ano passado caíram para 2,3% e os bloqueios para restrições de viagens no país devido ao Covid-19, significaram que as taxas de caça em 2020 reduziram drasticamente em vários países africanos, dizem os autores do relatório. No entanto, pelo menos 2.707 rinocerontes ainda foram caçados em toda a África entre 2018 e o ano passado.
“O declínio geral na caça de rinocerontes é encorajador, mas continua sendo uma ameaça aguda à sobrevivência desses animais icônicos”, disse Sam Ferreira, oficial científico de um grupo especializado em rinocerontes africanos. “Para apoiar o crescimento do número de rinocerontes, é essencial continuar o gerenciamento ativo da população e as atividades de combate à caça para todas as subespécies em diferentes estados”, conclui.
O relatório, de grupos de especialistas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e da organização de conservação Traffic, analisou as mudanças nas populações de 2018 a 2021. Ele diz que nove em cada 10 crimes de caça ocorreram na África do Sul, principalmente de rinocerontes brancos em Kruger Parque Nacional, que abriga a maior população mundial desses animais, considerados “vulneráveis” na lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN.
Como resultado, o número de rinocerontes brancos na África caiu quase 12%, de 18.067 para 15.942, entre 2018 e o ano passado. Por outro lado, as populações do rinoceronte negro mais raro, criticamente ameaçado, aumentaram de 5.495 para 6.195, pouco mais de 12%. No geral, a população de rinocerontes da África diminuiu de uma estimativa de 23.562 em 2018 para 22.137 no final de 2021.
A África do Sul perdeu 394 rinocerontes para a caça em 2020, enquanto o Quênia não registrou caça de rinocerontes naquele ano. Acredita-se que os bloqueios ajudaram a conter a caça. Mas, à medida que as restrições de viagem da Covid foram suspensas, alguns estados relataram um aumento. No ano passado, a África do Sul registrou 451 casos e o Quênia seis.
Na Ásia, as estimativas do número de rinocerontes de Sumatra criticamente ameaçados caíram de 40 a 78 para 34 e 47, mas o relatório diz que não houve relatos de mortes no local, apesar da grande queda nos números. Cerca de 11 casos de caça de rinocerontes foram registrados na Ásia, 10 na Índia e um no Nepal, todos envolvendo animais de maior vulnerabilidade.
O relatório irá para uma reunião da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Selvagens (Cites), no Panamá, em novembro.
Fonte: Com informações G7
