Cerca de 7 a 9 bilhões de toneladas de CO2 terão de ser removidas por ano da atmosfera até meados do século para tentar limitar o aquecimento global a 1,5°C, como determinado no Acordo de Paris. A conclusão é da segunda edição do relatório State of Carbon Dioxide Removal, coordenado pela Universidade de Oxford e elaborado em conjunto por mais de 50 especialistas internacionais.
Os autores sublinham que a redução das emissões é a principal forma de alcançar a neutralidade de carbono (ou net zero), contudo, a Remoção de Dióxido de Carbono (CDR, na sigla em inglês) tem um papel crítico a desempenhar.
Atualmente, apenas dois bilhões de toneladas por ano são removidas dessa forma, principalmente por meio de métodos convencionais, como plantio de árvores. Novos métodos, incluindo conversão de biomassa em biochar (uma substância semelhante ao carvão), intemperismo melhorado das rochas, captura e armazenamento direto de carbono no ar (DACCS) e bioenergia com captura e armazenamento de carbono (BECCS), contribuem com 1,3 milhões de toneladas por ano, menos de 0,1% do total. Os métodos que são efetivamente permanentes representam apenas 0,6 milhões de toneladas por ano – menos de 0,05% do total.
Segundo os autores do relatório, uma gama de estratégias de CDR deve ser rapidamente ampliada para abordar as mudanças climáticas em linha com o Acordo de Paris. “Dado que o mundo está longe da descarbonização necessária para cumprir a meta de temperatura de Paris, isto mostra a necessidade de aumentar o investimento em CDR, bem como em soluções de emissão zero em todos os níveis”, afirmou Steve Smith, da Smith School of Enterprise and the Environment da Universidade de Oxford, em comunicado.
O relatório observa que as empresas de remoção de dióxido de carbono têm grandes ambições que, em conjunto, levariam o modelo a níveis consistentes com o cumprimento das metas de manter o aumento da temperatura global em 1,5°C. Porém, enfatiza que estas ambições têm atualmente pouca credibilidade e necessitam de políticas mais fortes.