Depois 23 anos da abolição de testes em animais para a produção de produtos cosméticos e de higiene, o Reino Unido considera voltar atrás em sua decisão devido a uma questão de segurança do consumidor.
Segundo o portal The Guardian, a Câmara de Recurso da Agência Europeia de Produtos Químicos (ECHA, na sigla em inglês) informou que alguns dos ingredientes usados na fabricação de produtos de beleza precisam ser testados em animais antes de serem usados na composição de cosméticos para uso humano. Os ingredientes em questão são de uso exclusivo da indústria de cosméticos e fazem parte da composição de uma grande parte dos produtos de beleza.
Para atender as exigências da ECHA acerca da regulamentação de produtos químicos e garantia da segurança do consumidor, alguns dos ingredientes já foram testados. O governo britânico está averiguando a situação após a tomada de decisão da ECHA no ano passado.
O governo do Reino Unido alega que as leis relacionadas a proibição de testes em animais não mudaram. Entretanto, o ato de consentir com a decisão da ECHA já abre portas para a volta dos testes, gerando um medo em relação ao enfraquecimento da política britânica que vai contra o uso de animais como cobaias na indústria de cosméticos.
Tal retrocesso, entretanto, pode ser considerado um tiro no pé para a indústria de cosméticos já que, a maior parte dos consumidores, abomina a prática e diz que se recusaria a compactuar com tal atitude. Agora, nos resta esperar que os 23 anos de progresso contra os testes em animais não tenham sido inúteis. Assim como desejar que a instabilidade do Reino Unido em relação à política de testes em animais, não seja um elemento “inspirador” para que outros países revejam a política de bem-estar e direitos dos animais.