EnglishEspañolPortuguês

Na região de Piracicaba (SP), fazenda conserva refúgio de espécies raras

2 de junho de 2015
2 min. de leitura
A-
A+

Foto: Valéria Forner/TG
Foto: Valéria Forner/TG

Quatro quilômetros para ir, a mesma medida para voltar. É impossível, porém, percorrer a curta trilha da reserva da Fazenda Bacury sem parar muitas vezes. No chão, uma pegada de onça-parda sinaliza: o animal passou por ali há poucas horas. No alto das árvores, um grupo de muriquis-do-sul se movimenta sem dificuldade. Esta porção conservada de mata atlântica de planalto dá condições de sobrevivência a pelo menos 370 espécies de aves e a cerca de 150 muriquis-do-sul.
No município de Anhembi (SP), a partir da sede da Bacury, avistam-se o rio Piracicaba de um lado e, do outro, o Tietê. Os olhos não alcançam o encontro dos rios, 15 quilômetros adiante. O que se vê é uma das reservas particulares da Mata Atlântica mais importantes do interior do estado de São Paulo, com 2.200 hectares de um subtipo de Mata Atlântica semicaducifólia.
Foto: Valéria Forner/TG
Foto: Valéria Forner/TG

Pela rica biodiversidade, o trecho de floresta é conhecido nos meios científicos não apenas no Brasil. Membro da Academia Americana de Artes e Ciências e professora da Universidade da Califórnia, Katharine Milton pesquisou os muriquis-do-sul na reserva e destacou a população de Brachyteles arachnoides. Professor da Universidade de São Paulo (USP), Maurício Talebi ressalta que a Bacury é a área privada com a maior população da espécie. Estima-se que 150 indivíduos vivam na reserva.
A pegada de uma onça-parda (Puma concolor) na trilha da reserva indica a qualidade da mata para sustentar um animal topo de cadeia. Da mesma forma que o muriqui-do-sul, o bugio (Alouatta guariba) é avistado sem dificuldade.
Em 1957, ao saber que a represa de Barra Bonita iria inundar quase 5 mil hectares da fazenda, José Carlos Reis de Magalhães, pai de Carlos Leôncio, iniciou um trabalho que durou 40 anos. Em 1999, pouco antes de morrer, o “naturalista amador” viu um catálogo de 350 espécies se transformar no livro As Aves da Fazenda Barreiro Rico.
Fonte: G1

Você viu?

Ir para o topo