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Referendum realizado no Equador proíbe apenas espetáculos com mortes de touros, crueldade continua

13 de maio de 2011
3 min. de leitura
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Por Danielle Bohnen (da Redação)

A população do Equador aprovou, recentemente, o referendum organizado pelo Governo Federal a fim de levar à votação popular o fim da crueldade sofrida pelos touros em espetáculos, como nas corridas de touros e touradas. O resultado da consulta pública, convocada pelo atual presidente, Rafael Correa, muda o curso das festas populares do país.

As feiras tradicionais, como a que ocorre na Plaza de Quito, uma das principais da América, não apresentará espetáculos taurinos. Não se sabe ainda, como a legislação será aplicada.

Embora um grupo de toureiros, pertencentes à União Internacional de Toureiros do Equador tenha tentado evitar a realização do referendum – anunciado desde dezembro pelo presidente conforme publicado pela ANDA – com um protesto (veja aqui) realizado na Plaza Grande de Quito, a consulta popular foi concretizada e o povo consciente se manifestou a favor dos animais, com fim de seu sofrimento.

O referendum fazia a seguinte pergunta ao cidadão:

“Você está de acordo que na sua cidade sejam proibidos os espetáculos que tenham como finalidade levar um animal à morte?”

Apesar do resultado positivo a favor dos animais, os espetáculos poderão continuar realizando-se desde que não haja a morte do animal, assim como acontece em Portugal. Nas regiões onde a maioria das pessoas votaram contra a vida dos animais, os espetáculos continuarão sendo realizados, como Ambato, Riobamba, Girón, Valencia o Mejía. A capital Quito é a cidade com maior concentração de espetáculos taurinos, seguida de Cayambe, em ambas, as festas de crueldade estão proibidas.

O outro lado

A votação popular gerou também controvérsias.

A proposta do governos do Equador em proibir através de consulta popular, a morte do touro nas corridas, beneficia ainda mais a “tauromaquia”, pois aumenta o interesse pelas localidades onde tais festas eram esporádicas, aumentando assim, o apoio a esses espetáculos, segundo o próprio presidente da “União de Toreros de Equador”, Milton Calahorrano à agência EFE.

Calahorrano se regozija dizendo que já recebeu ligações de diversas províncias, onde não havia tradição de festa com touros, solicitando a realização dos espetáculos. “Isso abre centenas de lugares e um mercado potencialmente novo”.

Foto: EFE

Além do governo federal não ter realizado de forma eficaz e restrita a consulta popular, deixando grande margem para interpretações, como, por exemplo, aceitar a tortura desde que não leve à morte do animal, favoreceu ainda mais a realização de espetáculos cruéis no país.

Calahorrano comemora que foi dada de mão beijada “uma estatística real, verdadeira e concisa de todas as províncias do país que requerem o espetáculo, coisa que dificilmente conseguiríamos”.

O único ponto a favor dos animais, que, na realidade, saíram perdendo, é a vitória contra a morte do animal em Quito, o que pode levar ao fim da festa mais famosa, a feira de “Jesus del Gran Poder”. Mas Calahorrano afirma que, embora a morte do animal esteja proibida, ela será concretizada, não em frente ao público, mas quando o touro volte ao curral.

Os defendores dos animais do país dizem que a pergunta feita na consulta popular é a gênesis do reconhecimento dos direitos animais, embora preferissem que as festas com animais fossem totalmente proibidas, pois o animal continuará sendo torturado nas corridas e sacrificado longe da vista do público.

A pergunta em relação à morte dos animais em espetáculos públicos é uma das que integraram a consulta popular realizada no dia 7 de maio, no Equador. E com a qual pretende-se reformar a Justiça.

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