Reduzir o consumo mundial de carne e laticínios, melhorar as práticas agrícolas e diminuir as taxas de desmatamento foram propostas como soluções para combater o aumento das temperaturas mundiais pela ONU.
As informações fazem parte de um rascunho obtido pela agência de notícias Reuters – mas que não deveria ser publicado até outubro deste ano. De acordo com o jornal The Guardian, o “relatório alerta sobre a necessidade urgente de reduzir o aquecimento global”, já que a expectativa é de que o crescimento do aquecimento global deve ser de 1,5ºC.
O cientista do clima e diretor do Climate Analytics, Bill Hare, disse que os impactos da mudança climática aumentam consideravelmente em temperaturas acima de 1,5°C. Hare destacou ainda que “há grandes diferenças entre 1,5 e 2 graus de aquecimento em ambos os sistemas natural e humano”.
“Dois graus de aquecimento e os recifes tropicais basicamente não têm chance – 1,5 graus, eles têm uma pequena a modesta chance de sobrevivência”, ele explica. “Há uma gama de comentários que sai do relatório que fornece uma narrativa para que possamos agir mais do que nunca.”
Uma das coisas mais preocupantes revelada pelo relatório é que mesmo as iniciativas recentes como o Acordo de Paris, em que quase 200 países se comprometeram a melhorar a gestão climática, não serão suficientes para brecar o aquecimento global.
“Isso significa dizer não aos combustíveis fósseis e defender a proteção da floresta e do oceano com decisões que provam que eles entendem a urgência. Significa reduzir o consumo de carne e produtos lácteos e mudar a maneira como produzimos nossa comida”, disse Jennifer Morgan, diretora executiva do Greenpeace International.
O atual sistema alimentar tem um impacto prejudicial significativo no planeta. A pecuária, em particular, é responsável por mais emissões de gases de efeito estufa do que todo o transporte mundial combinado. A pecuária também é uma das principais causas de perda de água, de desmatamento e de uso da terra. E é a principal causa de extinção de espécies, de zonas mortas nos oceanos, de poluição da água e de destruição de habitats.