Maltratar animais é crime e dá cadeia! Cada vez mais, a população se conscientiza sobre a importância do combate aos maus-tratos. De acordo com o delegado da Decat (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Ambientais e Proteção ao Turista), Antônio Silvano Rodrigues da Mota, os números de denúncias estão em queda livre. “Os casos de maus-tratos diminuíram por conta do clamor popular, especificamente nas redes sociais”, argumenta o delegado.
Em Campo Grande, a redução do número de boletins de ocorrência entre 2012 e 2013 foi de 40%. No Estado, a diminuição foi mais de 20%.
Para quem protege os animais diariamente, a internet causou uma verdadeira revolução no ativismo. As postagens sobre cães e gatos perdidos ou que precisam de resgate causam comoção na rede. Vários voluntários aparecem para ajudar. “Revolucionou tudo, nas denúncias e até na ajuda e doações que recebemos. As pessoas estão acordando”, afirma Daniela Reis, 38 anos, protetora animal que usa as redes sociais diariamente.
COMO DENUNCIAR
Em casos de maus-tratos a animais, a denúncia pode ser feita em qualquer delegacia da cidade, afirma o delegado Silvano.
Mas o caso será encaminhado a Decat, por isso, para agilizar o processo, o denunciante (anônimo ou não) pode entrar em contato direto com a delegacia especializada, nos telefones 3368-6092 e 3368-6185.
Casos de maus-tratos valem para qualquer animal que sofre agressões físicas ou privação de comida, água, espaço físico para se movimentar ou quaisquer condições precárias de sobrevivência. “O animal é um ser indefeso de boa índole e quem deveria proteger muitas vezes é o agressor”, lamenta o delegado Silvano.
A protetora Daniela Reis afirma que, avaliando a gravidade da situação, a delegacia age imediatamente. “Eles sempre me atenderam na hora”, diz.
Mês passado, Daniela denunciou o caso de um cão encontrado morto na Avenida Nelly Martins, no Bairro Carandá Bosque. O bicho estava envolto a objetos suspeitos. “Parecia algum tipo de ritual”. O caso ganhou atenção imediata da polícia e da mídia, mas as investigações ainda não foram concluídas.
“Estamos levantado possíveis suspeitos”, diz Silvano, reafirmando que existe punição para quem maltrata e assassina animais.
PARCERIAS
A Decat tem parceria com os abrigos independentes de animais e os protetores. Animais encontrados doentes e debilitados nas ruas são encaminhados para as entidades e pessoas protetoras, que pagam pelo tratamento veterinário e arranjam lares temporários e permanentes.
Para custear as despesas das clínicas veterinárias, os protetores pedem ajuda na internet. “Aparece um ou dois casos por dia” ,conta Daniela. “As pessoas veem na internet e ajudam”. Para o delegado Silvano, os números indicam que finalmente a população está criando consciência sobre o tema.
Fonte: Correio do Estado