
Ativistas e especialistas estão pedindo o fim do uso de redes de proteção que impedem a aproximação de tubarões da costa de Nova Gales do Sul, na Austrália. O equipamento foi instalado após o aumento de ocorrências de incidentes envolvendo banhistas e tubarões, mas também está fazendo outras vítimas: golfinhos, arraias e tartarugas.
Segundo dados da Humane Society International, pelos menos 1.500 animais marinhos estão morrendo anualmente em razão da presença das redes, que têm seis metros de altura. Biólogos, cientistas e especialistas em tubarões e até mesmo a campeã mundial de surfe, Layne Beachley, estão pedindo a retirada da contenção.
Beachley acredita que não há sentido no uso das redes, pois o habitat dos animais merece ser respeitado. Segundo ela, não é aceitável usar algo que cause danos e perigo aos animais para proteger os seres humanos que estão invadindo. A atleta afirma que há formas mais modernas, como o uso de sonar e drones.
“Eu desprezo a ideia de que animais estão morrendo ao longo das praias para o conforto de banhistas e surfistas, como eu. Fico triste em saber que golfinhos, tartarugas, raias e pequenos tubarões inofensivos morrem todos os anos. Até mesmo baleias foram capturadas e mortas. Há uma abundância de evidências que destacam o quão destrutivas essas redes foram e continuam sendo”, disse.
Lawrence Chlebeck, biólogo marinho da Humane Society International, disse que também apoia a proibição. “O que muitas pessoas podem não perceber é que as redes não são barreiras completas, elas têm apenas 150 metros de comprimento e 6 metros de altura e os tubarões nadam por cima e ao redor delas”, disse ele.
E completa: “A tecnologia tem quase 100 anos, nunca aceitaríamos uma tecnologia de segurança tão antiga em qualquer outra faceta de nossas vidas, por que a segurança do oceano deveria ser diferente? Redes de tubarão nunca reduziram e nunca irão reduzir o risco de um ataque de tubarão”, reforça Chlebeck. Atualmente, 51 praias entre Newcastle e Wollongong usam redes contra tubarões.