A ameaça que paira sobre os recifes do mundo significa não só o sumiço de espécies hoje, mas uma possibilidade considerável de que, no futuro, não apareçam novas espécies capazes de substituí-las.
Essa é a principal implicação de um estudo segundo o qual, nas últimas centenas de milhões de anos, os recifes foram a grande usina de novas formas de vida nos oceanos da Terra.
Ao destruir esses hábitats riquíssimos, “estamos colocando em risco a criação de futuras espécies’’, declarou o coordenador do estudo, Wolfgang Kiessling, da Universidade Humboldt, em Berlim.
“A recuperação da atual crise de biodiversidade vai demorar muito mais sem os recifes”, afirma Kiessling, que assina o estudo na edição desta semana da revista Science.
A metodologia do trabalho não poderia ser mais simples. Usando um dos principais bancos de dados sobre espécies extintas do mundo, que vai do presente até a origem da vida animal (cerca de 550 milhões de anos), os cientistas esmiuçaram em que tipo de ambiente novos grupos de animais costumavam aparecer.
Especular sobre isso é possível porque o tipo de rocha em que os restos da criatura foram preservados muitas vezes dá a pista sobre a natureza de seu finado hábitat. A composição química e o aspecto de uma rocha formada em mar aberto é bem diferente da que se estruturou perto da praia.
A análise se concentrou nos invertebrados bentônicos, como são conhecidos os bichos que vivem grudados no leito do mar ou perto dele.
Fonte: Zero Hora