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EMISSÃO DE GASES

Reciclagem de resíduos alimentares é uma ferramenta chave para reduzir as mudanças climáticas

7 de julho de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Kimberly Paynter/WHYY

Quase um terço dos alimentos produzidos para o consumo humano nunca chegam à mesa, o que não apenas implica um grave desperdício de recursos, mas também tem consequências devastadoras para o meio ambiente devido à grande quantidade de resíduos alimentares que produz.

Os resíduos alimentares que acabam em aterros representam uma das fontes mais importantes de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis pela mudança climática global. No entanto, um estudo recente mostra que reciclar esses resíduos através de compostagem, digestão anaeróbica ou sua reutilização como alimento para animais pode reduzir drasticamente essas emissões.

Os aterros se tornaram uma das principais fontes de metano, um gás que tem um impacto climático 80 vezes mais potente do que o dióxido de carbono em um período de 20 anos. Quando os resíduos orgânicos, incluindo alimentos, se decompõem sem oxigênio nesses aterros, o metano é gerado, agravando a crise climática.

No entanto, pesquisas recentes mostram que reciclar esses resíduos pode ser uma solução muito mais eficaz para reduzir as emissões. A pesquisa, que abrangeu 91 estudos em 29 países, aponta que reciclar adequadamente os resíduos de alimentos pode evitar emissões massivas de metano e transformar os resíduos em recursos valiosos.

Métodos eficazes para reciclar resíduos orgânicos

Um dos métodos mais simples e acessíveis é o compostagem, que converte os resíduos orgânicos em fertilizante natural. Esse processo aeróbico não apenas evita que os alimentos se tornem metano, mas também melhora a saúde do solo e reduz a necessidade de fertilizantes sintéticos.

digestão anaeróbica, por outro lado, é um processo em que a matéria orgânica se decompõe em um ambiente sem oxigênio, gerando biogás. Esse biogás pode substituir fontes fósseis de energia, contribuindo para a produção de energia renovável.

reciclagem como alimento animal é outra das opções mais poderosas. Reutilizar os resíduos alimentares como ração animal pode reduzir a dependência de cultivos convencionais como milho ou soja, utilizados na alimentação do gado. Dessa forma, os recursos são otimizados e os impactos ambientais da produção agrícola são reduzidos.

Benefícios da reciclagem de resíduos alimentares

A reciclagem de alimentos não apenas tem um impacto positivo na redução das emissões de gases de efeito estufa, mas também oferece outros benefícios-chave. Em primeiro lugar, essas práticas contribuem para um uso mais eficiente dos recursos agrícolas, ajudando a liberar terras para a produção de alimentos humanos ou para a conservação ecológica.

Na China, por exemplo, se os resíduos alimentares fossem reciclados adequadamente, mais de 5% das terras agrícolas destinadas ao cultivo de milho e soja poderiam ser liberadas. Além disso, essas práticas permitem economizar em fertilizantes sintéticos e reduzir a quantidade de água e energia utilizada na produção agrícola.

Também fomentam a resiliência do sistema agroalimentar diante de crises globais, pois reduzem a dependência de insumos externos e melhoram a segurança alimentar.

Transformando o sistema agroalimentar global

A reciclagem de resíduos alimentares tem um potencial transformador para todo o sistema agroalimentar global. Ao adotar em larga escala essas soluções, poderia-se construir um modelo circular e eficiente que reduza as emissões, minimize o desperdício e aproveite os recursos naturais de maneira mais sustentável.

Esse enfoque não apenas tem o potencial de mitigar a mudança climática, mas também pode gerar uma economia mais verde, com menor pressão sobre as terras agrícolas e maior produção de energia renovável a partir de resíduos.

Reciclar os resíduos alimentares é uma das ações mais eficazes que indivíduos, empresas e governos podem implementar para frear a mudança climática. Além de ser uma solução ambiental, contribui para a criação de um sistema alimentar mais justo, sustentável e resiliente para as gerações futuras.

Fonte: Noticias Ambientales

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