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Ratos morrem de desespero em armadilhas cruéis

1 de dezembro de 2014
5 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: PETA
Foto: PETA

As armadilhas de cola, que são peças de madeira, papelão ou plástico revestidas com um adesivo pegajoso para capturar animais, são um dos produtos mais cruéis do mercado. Os animais que acabam presos sobre essas superfícies sofrem durante dias, morrendo de fome ou desidratação e com a pele dilacerada devido à luta para tentar escapar. Muitos animais se ferem tanto que põem fim à própria vida, no esforço desesperado de se libertar. As informações são da PETA.

É uma morte lenta e terrível que nenhum animal jamais deveria sofrer. As armadilhas de cola também representam um risco indiscriminado a gatos, esquilos, hamsters, pássaros e outras espécies. A PETA afirma que recebe incontáveis ligações de pessoas que encontraram animais presos nessas armadilhas.

Foto: PETA
Foto: PETA

Conforme orientações dos próprios fabricantes, as pessoas simplesmente jogam os animais ainda vivos no lixo junto com a armadilha, para que morram vagarosamente. Armadilhas de cola também são perigosas para a saúde humana.

Vários órgãos de saúde pública internacionais como o US Center for Disease Control and Prevention, o CDC e o Health Canada alertaram contra o seu uso devido ao risco trazido pelas substâncias exaladas pela expiração dos animais em pânico.

Relatos de experiências ruins com armadilhas

Michael Hammers, ativista da PETA, escreveu um artigo relatando fatos ocorridos em sua infância, quando experienciou o uso de armadilhas de cola na residência onde morava.

Certo dia, sua família havia colocado diversas armadilhas pela casa. Na manhã seguinte, Michael ouviu um barulho na cozinha, onde encontrou um rato preso em uma das armadilhas. Ele, que era muito pequeno, tentava violentamente escapar; ele fazia respirações profundas, tremia e empregava toda a sua energia na tentativa de se soltar.

“Os fabricantes orientam os clientes a jogar fora os animais, junto com as armadilhas, mas eu não podia deixá-lo morrer de fome e devagar”, disse Michael. Então ele foi buscar água, sabão e azeite de oliva, e tentou libertar o animal com as próprias mãos. Ele relata que houve um momento no qual o rato emitiu um grito de terror, devido à dor que estava sentindo por forçar a libertar o seu corpo do monte de cola.

Foto: PETA
Foto: PETA

“Por diversas vezes, sua face ficou presa à armadilha. Meu coração acelerava enquanto eu trabalhava rapidamente para impedir que ele se sufocasse, mas a maioria dos camundongos e ratos não têm a mesma sorte. Muitos animais capturados acabam quebrando ou mastigando os seus próprios membros, na sua luta pela liberdade”, conta Michael.

Quando eIe finalmente terminou a sua tarefa, o rato maltratado e despenteado, com falta de tufos de pelo, saiu mancando para fora da casa. Em seguida, Michael foi checar as outras armadilhas e descobriu uma série de outros animais – incluindo uma joaninha e uma grande e bonita mariposa – ambas presas nas armadilhas.

“Em um caso semelhante, uma mulher encontrou um pássaro, dois sapos e uma salamandra presos em uma superfície de cola. Apesar de seus esforços para salvá-los, todos morreram”, conta Michael.

Foto: PETA
Foto: PETA

Essas armadilhas nunca mantêm os animais longe, a longo prazo. Na noite seguinte, Michael entrou na cozinha e encontrou o mesmo rato salvo por ele, novamente preso em uma nova armadilha. Desta vez, mesmo com todo o seu esforço mais uma vez para salvá-lo, o animal não foi capaz de sobreviver ao estresse de uma segunda captura.

Depois dos encontros com esse animal, Michael não conseguiu dormir por várias noites, e pensava que todo pequeno ruído que ouvia era produzido por um pequeno roedor em sofrimento.

Ele complementa dizendo que, em última análise, a única maneira eficaz de manter longe ratos e outros animais é deixá-la menos convidativa a eles. Para isso, ele dá algumas dicas:

– Eliminar fontes de alimento acessíveis. Manter superfícies, pisos e armários limpos, e armazenar alimentos secos em recipientes à prova de mastigação. Fechar bem as latas de lixo e nunca alimentar animais de companhia do lado de fora de casa;
– Bolas de algodão ou panos embebidos em amônia irão manter os roedores longe (eles odeiam o odor). Coloque-os em áreas onde os animais, seu excrementos ou ninhos, foram vistos, e tenha a certeza de dá-los alguns dias para que saiam;
– Para evitar que eles entrem na sua casa, faça a vedação de pontos de entrada usando espuma selante, palhas de aço, tecidos ou metal. Se quaisquer animais tiverem que ser removidos de dentro da casa, isso pode ser feito com o uso de caixas humanas não letais, em forma de caixa.

Michael diz que, infelizmente, ele nunca soube o quão desumanas eram as armadilhas de cola são até que ele realmente teve a experiência. Por isso, agora, ele divulga as muitas razões para que nunca se use esse tipo de instrumento, que não só causam mortes lentas e agonizantes para os animais considerados visados como também podem ser perigosas para os seres humanos e animais de companhia.

Muitas empresas americanas, incluindo a Albertsons, a CVS, a Dollar Tree, a Rite Aid, a Walgreens e a Safeway pararam de vender essas armadilhas, e muitas outras empresas pararam de usá-la depois de terem ouvido depoimentos de clientes. Mas, segundo Michael, muitas empresas continuam a vender esses dispositivos vis.

Ele finaliza orientando que, se você encontrar um animal que está preso a uma armadilha de cola, despeje uma pequena quantidade de óleo de cozinha ou óleo de bebê nas áreas do corpo em que ele estiver preso (evitando o nariz do animal e a boca) e trabalhe com cuidado para libertar o animal. Se você não pode libertar o animal, rapidamente corra com ele para um veterinário ou para um centro de reabilitação de vida selvagem.

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