Cachorros, gatos e… ratos no mesmo ambiente. Os roedores estão conquistando espaço no coração de muitas pessoas e se tornando animais de estimação em São José do Rio Preto (SP). Entre os apaixonados, está um estudante de medicina veterinária, de 21 anos, que se encantou pelos ratinhos da espécie twisters após passear por um shopping.
Ao contrário do estigma comum sobre ratos de rua, os twisters – domesticados – têm uma personalidade totalmente diferente. Se bem tratados e acompanhados por um profissional da área, eles não representam riscos à saúde das pessoas, além de serem fofos, divertidos e brincalhões.
Em entrevista ao g1, Renato Rossi conta que, ao passar por uma loja de artigos para animais, se apaixonou à primeira vista pelos ratos de pelagem curta e cauda longa.
“Eu estava apenas dando uma olhada nos animais de uma loja e me lembrei de quando tive um hamster e senti saudade de ter outro. Decidi conversar com a lojista, que me ofereceu a chance de pegar um rato twister para ver de perto. Confesso que tinha um pouco de medo e até preconceito, mas, logo que o peguei, ele começou a me cheirar inteiro e, de repente, subiu no meu ombro e ficou ali. Eu me apaixonei“, lembra Renato.
Encantado, ele decidiu levar dois ratos para casa: Darwin e Charlie, que são extremamente sociáveis. O estudante optou por ficar com ambos porque sabia que roedores devem ser criados em duplas ou grupos para que não sofram com estresse ou até depressão. Também costuma deixá-los soltos no ambiente doméstico para que possam explorar os cômodos.
“Os ratos precisam de companhia para brincar e interagir. Quando não estão juntos, ficam mais ansiosos e podem desenvolver sérios problemas comportamentais”, explica.
Cuidados diários
Renato, que trata os roedores como membros da família, dedica parte de seu tempo cuidando deles. O relacionamento com os animais vai além do simples ato de alimentá-los.
“Eles são muito inteligentes e têm personalidades distintas. Darwin é mais curioso, sempre explorando cada cantinho da casa, enquanto Charlie é mais calmo, gosta de se aninhar e receber carinho”, conta.
O estudante tem uma rotina rigorosa para garantir o bem-estar dos seus ratinhos. “Troco a água diariamente, limpo os potes de ração e bebedouros, e sempre os deixo brincar fora da gaiola, explorando o ambiente”, explica.
Diferente do filme “Ratatouille”, no qual o personagem principal, um rato chamado Remy, possui um sofisticado paladar e o sonho de se tornar um chef de cozinha, os ratinhos de estimação de Renato têm preferências alimentares mais simples, no entanto, bem interessantes.
Apesar de não “sonharem em cozinhar”, como Remy, os pequenos roedores adoram explorar novos sabores e texturas. A alimentação dos twisters, como os de Renato, precisa ser balanceada e rica em nutrientes.
De acordo com Diego Alaska Almeida, veterinário especializado em animais exóticos, os ratos de estimação necessitam de uma dieta que inclua ração específica para roedores, com nutrientes essenciais, como proteínas, fibras e vitaminas.
Além disso, frutas e vegetais frescos são uma boa opção para enriquecer a alimentação, como maçãs, cenouras, brócolis e pepinos, que eles adoram.
“Existem rações específicas para esses animais. Então, é interessante que se ofereça essa ração em específico, e não a alimentação para cachorro, para gato”, esclarece.
Renato ainda mantém o ambiente com brinquedos e objetos que estimulem os ratinhos a se moverem e interagirem. Ele brinca que, atualmente, ratos, cães e gatos vivem em perfeita harmonia.
“Eles precisam de estímulos, e é importante oferecer atividades que ajudem no bem-estar deles”, pontua.
Eles transmitem doenças?
Embora exista aquele estigma de que ratos de estimação são transmissores de doenças, a realidade é bem diferente quando falamos de animais criados em casa. Segundo o veterinário Diego, os twisters, quando cuidados de maneira adequada, não representam riscos aos seres humanos.
“Como são animais domesticados, o risco de contaminação é muito baixo, principalmente se o animal for mantido em um ambiente limpo e saudável”, explica.
O especialista também ressalta que os roedores precisam de uma dieta balanceada e de um ambiente adequado para viverem bem.
“Oferecer ração balanceada, garantir um espaço limpo e enriquecido, e realizar exames de rotina são cuidados essenciais para que o rato tenha uma boa qualidade de vida”, completa.
Para Renato, não resta nenhum tipo de arrependimento. O charme dos ratinhos está na interação e na inteligência.
“Eles são curiosos, gostam de explorar, aprender truques e, quando se sentem seguros, são extremamente carinhosos. Acredito que, assim como qualquer outro animal, eles têm muito a oferecer em termos de companhia“, conclui o estudante.
Fonte: G1