Por Renan Amato
Ratoeira: instrumento de tortura a um pequeno animal indefeso, que teve seu habitat e seu equilíbrio ecológico destruído.
Escutamos com frequência pessoas reclamando da presença de um ‘intruso’ indesejado dentro da sua casa, (na cozinha, no fogão etc.) causando sujeira, medo (por incrível que pareça, muitos seres humanos têm medo de um pequeno rato) e o mais perigoso: risco de doenças.
Contudo, esquecemos de refletir que os intrusos somos nós. Se hoje pequenos ratos invadem nossas casas é porque nós invadimos (e continuamos invadindo) a sua “casa” antes.
– Destruímos seu habitat;
– Atrapalhamos o equilíbrio ecológico;
– Provocamos crescimento exagerado das espécies, por falta de predadores, que nós mesmos, aos poucos, estamos extinguindo.
Mas na hora em que o pequeno e indefeso rato entra na sua casa, você já logo pensa “preciso matá-lo, comprarei uma ratoeira” e então, durante a noite, o rato que iria se alimentar é pego em uma emboscada, grita de dor (sim, grita) e morre lentamente sem nenhuma piedade.
A solução parece prática aos humanos, apareceu rato –> ratoeira –> fim do problema, mas devemos, como espécie superior (espécie superior?), pensar nas causas e consequências, se existe um desequilíbrio devemos então procurar a causa e buscar restabelecer esse equilíbrio novamente e não simplesmente, em um ato de maldade, levar pequenos animais ao sofrimento.
Rato pode parecer feio e pode até ser sujo, mas dentro daquela criaturinha existe uma vida. Uma vida que não faz, intencionalmente, mal a ninguém. Uma vida criada por Deus. Uma vida que sente dor.