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Rara espécie de abelhas cria o seu ninho de forma semelhante a um buquê primaveril

11 de maio de 2010
3 min. de leitura
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Uma rara espécie de abelhas solitárias cria o seu ninho de forma semelhante a um buquê primaveril, segundo avança um novo estudo. O ‘arranjo’, designado de ‘flor-sanduíche’, tem três camadas: uma de pétalas no exterior; em seguida, uma camada de lama e, finalmente, outra camada também de pétalas que revestem o interior da célula, segundo explicou o líder da investigação, Jerome Rozen, curador do departamento Zoologia de Invertebrados, no American Museum of Natural History, de Nova Iorque (EUA).

Célula fechada, com ninhada no interior (Imagem: J. Rozen)
Célula fechada, com ninhada no interior (Imagem: J. Rozen)

O comportamento de nidificação colorido da Osmia avosetta foi descoberto no mesmo dia, por uma rara coincidência, por equipes da Turquia e do Irã, onde esta espécie é mais abundante. “Foi em absoluta sincronia que descobrimos este comportamento incomum”, revelou Rozen.

O curador do museu nova-iorquino e a sua equipe estavam trabalhando perto de Antalya, na Turquia, enquanto o outro grupo também se encontrava em campo, na província de Fars, no Irã. Os investigadores, de ambas as equipes, descreveram o comportamento destas abelhas na edição de fevereiro de 2010, da revista American Museum Novitates.

Abelha solitária da espécie Osmia avosetta. (J.Rozen)
Abelha solitária da espécie Osmia avosetta. (J.Rozen)

As abelhas são os polinizadores mais importantes, e muitas plantas floríferas dependem delas para se reproduzirem, mas quase 75 por cento das espécies – e existem pelo menos 20 mil – são solitárias. As fêmeas Osima (Ozbekosima) avoseta envolvem as ninhadas com pétalas de rosa, flores amarelas, azul e roxo. As celas do favo fornecem nutrientes para as larvas crescerem e protege-as, enquanto esperam pelo inverno.

Isto significa que, para a maioria das abelhas, a fêmea constrói o ninho (que pode ser constituído por várias células) para si e para fornecer provisões para a ninhada. Quando o favo está pronto, a abelha deposita um ovo e fecha o ninho, se este tiver apenas uma célula. Geralmente, o ninho da Osmia avosetta tem uma ou duas células, na vertical, próximas da superfície, ou entre 1,5 e 5 centímetros perto do solo.

A construção é iniciada a partir do topo, onde cada célula tem pétalas sobrepostas, começando na parte inferior. Depois, recorre a um barro argiloso para forrar o ninho, com emplastros de camada fina (0,5 milímetro de espessura) e termina o revestimento com outra camada de pétalas. No final, aparece a sanduíche de pétala, construída no escuro.

Proteger futura geração

Depois de a estrutura física estar finalizada, a abelha reúne então uma mistura pegajosa de néctar e pólen e coloca-a no interior. O ovo é depositado na sua superfície, e a célula é fechada cuidadosamente, dobrando as pétalas no topo. O ninho é tapado com lama, deixando as larvas seladas num ambiente húmido que se vai tornando rígido e protegendo a futura geração, uma vez que come as rações, tece um casulo, e cairá num sono de dez meses até a primavera.

No entanto, os cientistas alertam que os ninhos encontrados, em chão aberto, “precisam ser protegidos de qualquer potencial ameaça, como a compactação do solo ou aquecimento excessivo. A sobrevivência desta espécie depende também da proteção contra fungos, vírus, bactérias, parasitas e predadores”.

Fonte: Ciência Hoje

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